O 'site' da TSF é aquele em que a percentagem de acessos através de dispositivos móveis, no total de visitas à página, é maior, 13%, conclui um estudo hoje divulgado.
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O acesso a 'sites' noticiosos através de dispositivos móveis em Portugal representa até 13% do total de visitas, e pode duplicar em menos de dois anos, disse à Lusa o professor da Universidade da Beira Interior João Canavilhas.
De acordo com dados recolhidos pelo investigador - que lançou este ano o livro Notícias e Mobilidade: o jornalismo na era dos dispositivos móveis - o 'site' da rádio TSF é aquele em que a percentagem de acessos através de dispositivos móveis no total de visitas à página é maior, 13%.
Seguem-se o Público, onde a percentagem é de 11%, o Correio da Manhã e o Diário de notícias, ambos com uma percentagem de 10%.
No caso dos 'sites' do Expresso e da Rádio Renascença, os acessos através de dispositivos móveis representam 4% do total.
Em declarações à Lusa, João Canavilhas afirmou que, perante estes dados, não tem «qualquer dúvida» de que «o futuro do jornalismo em Portugal é móvel».
O investigador sublinhou que este crescimento é «baseado em dispositivos muito recentes», lembrando que, por exemplo, o iPhone surgiu em 2007 e o iPad apenas em 2010.
«Tendo em conta as previsões de vendas de dispositivos, mas também a redução dos preços dos pacotes de dados e o aumento de zonas de internet gratuita sem fios ('free wifi'), penso que estes números poderão vir a duplicar em menos de dois anos», justificou.
João Canavilhas considera que estes números devem ser vistos «com grande otimismo», sobretudo porque -- sendo embora dados «interessantes» -- dizem apenas respeito aos acessos diretos às páginas (à versão HTML ou móvel) dos 'sites' noticiosos, e não incluem as visitas que têm origem nas aplicações nativas, as que cada meio desenvolveu e que podem ser instaladas (quer gratuitamente, quer mediante pagamento) nos dispositivos móveis.
«Basta olhar para os números referentes aos 'downloads' de 'apps' [aplicações] para perceber a verdadeira dimensão do fenómeno», explicou.
A aplicação do Público foi descarregada por 421 mil utilizadores, a aplicação gratuita do Expresso foi descarregada por 157 mil utilizadores (a paga por 45 mil), a da TSF por 126 mil, a do Diário de Notícias por 124 mil, a do Correio da Manhã por 52 mil, e a da Rádio Renascença por 13 mil.
O autor entende que este cenário pode viabilizar mudanças nos modelos de negócio dos media: «O jornalismo móvel permite oferecer conteúdos mais personalizados usando as tecnologias dos dispositivos de receção. A capacidade multimédia, a ligação à Internet, o recetor de GPS ou o acelerómetro, por exemplo, permitem construir informação diferente de tudo o que os utilizadores conhecem», afirmou.