
Cinema Londres
Direitos Reservados
O destino a dar à sala andava a ser tema de debate nas redes sociais, uma discussão promovida por quem defendia que ela devia continuar a ter uma função de cariz cultural. Mas, segundo o jornal Público, sabe-se que não será esse o destino do Londres.
Na falta de outras alternativas, diz a empresa proprietária do cinema Londres, foi assinado um contrato de arrendamento com uma sociedade de direito português, mas com sócios de origem chinesa.
Assim escreve o jornal Público, que lembra que há cerca de um ano - quando o Londres fechou - a Socorama chegou a dizer que o encerramento não era definitivo.
O jornal cita um dos donos que garante que foram feitas diversas tentativas para trazer os filmes de volta ao Londres, mas não isso não foi possível.
Este proprietário, que não quis ser identificado, sublinha a acentuada degradação em que estavam as instalações e os equipamentos. Uma situação que se agravou, quando o administrador de insolvência ordenou a venda de tudo o que tinha a ver com cinema: ecrãs, projetores, luzes, cadeiras. Diz um dos donos de uma das mais emblemáticas salas de cinema de Lisboa que foi tudo completamente arrasado.
Para evitar que os chineses se instalem, estão a decorrer uma petição e um abaixo-assinado. O MaisLisboa - núcleo lisboeta da associação cívica Mais Democracia - propõe uma cooperativa de particulares e entidades públicas, para criar uma espécie de centro comunitário para acontecimentos culturais e actividades cívicas. O abaixo-assinado do MaisLisboa já tem mais de 300 assinaturas.
A petição «O nosso bairro precisa de um polo cultural» foi lançada pelo movimento de comerciantes da zona. Queixam-se que a abertura da loja chinesa lhes foi apresentada como facto consumado, numa reunião com a Socorama em dezembro.
Os donos do antigo cinema contestam e dizem que os comerciantes acordaram tarde, já que só quase uma ano depois é que quiseram reunir-se com os proprietário do Londres.