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Físico e professor catedrático da Escola de Ciências da Universidade do Minho, Nuno Peres é, segundo a instituição onde leciona, o português cujas publicações científicas têm mais impacto a nível mundial.
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A "ISI Thomson Reuters Highly Cited Researchers 2014" é uma lista elaborada pelo Institute for Scientific Information (ISI). Ver o nome incluído aqui tem muita relevância para os investigadores, pois é um critério usado para realizar rankings de instituições de ensino superior. A lista inclui apenas 3000 cientistas de todo o mundo.
Segundo a Universidade do Minho, três são portugueses e Nuno Peres, físico, é o campeão das citações. Os artigos do professor catedrático da Escola de Ciências da universidade de Braga tem 13.839 citações. Segue-se o engenheiro Mário Figueiredo (Universidade de Lisboa) com 4622 e os do biólogo Miguel Araújo (Conselho Superior de Investigações Científicas, Espanha).
Nuno Peres é um dos principais físicos teóricos mundiais do grafeno, a forma bidimensional do carbono com amplo campo de aplicação futura na eletrónica. O cientista de 47 anos, natural de Arganil, Coimbra, é coautor do mais citado artigo de revisão sobre grafeno, editado na "Reviews of Modern Physics", e tem colaborado com os "Nobel do grafeno" Andre Geim e Konstantin Novoselov (Universidade de Manchester).
É coordenador do único projeto nacional do Graphene Flagship, um dos dois maiores programas científicos europeus em curso, com 500 milhões de euros de investimento. Já venceu os prémios Gulbenkian Ciência, Seeds of Science e Mérito à Investigação da Universidade do Minho. É membro da Academia das Ciências de Lisboa e da Sociedade Portuguesa de Física. Foi professor visitante em Turku (Finlândia), Boston (EUA), Dresden (Alemanha) e Singapura, sendo ainda convidado para conferências internacionais, como as reuniões anuais da American Physical Society.
O que é o grafeno? «Normalmente obtido pela esfoliação da grafite, existe também nos bicos dos lápis. É ultraleve, 100 vezes mais rápido face ao silício, 200 vezes mais forte do que o aço e tem ótimas características óticas e térmicas. Este material deve revolucionar tecnologias à nanoescala em múltiplos setores e melhorar o dia-a-dia dos cidadãos, em aplicações como interfaces óticos, dispositivos digitais flexíveis, resistentes e rápidos (do papel eletrónico até aviões mais leves e eficientes), além de baterias avançadas, painéis táteis para comunicações móveis, células solares, sequenciação das bases ADN, detetores de radiação eletromagnética, sensores de moléculas, sensores de tensão em estruturas, metrologia, e, mais tarde, novos paradigmas computacionais e aplicações médicas, como retinas artificiais», segundo informações divulgadas pela Universidade do Minho.