Greenpeace: 100 milhões de hectares de florestas selvagens em «chocante degradação»
A organização ambiental estima que aproximadamente 100 milhões de hectares de florestas selvagens, em áreas remotas e sem qualquer infraestrutura, estão a sofrer «uma chocante degradação», uma destruição correspondente a uma taxa diária de 20 mil hectares.
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Na sua página de Internet, a Greenpeace atualizou o mapa das áreas degradadas a nível planetário, revelando que, apesar dessas áreas se localizarem, em grande parte, fora do limite para o desenvolvimento, estão a ser atingidas pela ação humana.
«As obras rodoviárias, plantações agrícolas e exploração madeireira estão a talhar essas florestas intactas em pequenos pedaços deixando-as vulneráveis a outros impactos», refere uma nota da Greenpeace.
O primeiro mapeamento das áreas florestais selvagens foi feito em 1990 e, na mais recente estimativa, a organização ambiental denuncia: «descobrimos que oito por cento destas áreas selvagens tinham sido degradadas desde 2000, tendo a maior taxa de degradação sido agravada na região da Ásia-Pacífico».
«A maior parte da degradação de florestas intactas é causada pela fragmentação de construção de estradas, exploração madeireira e o desmatamento, o que significa que vamos perder essas incríveis paisagens e as florestas que elas contêm se não forem tomadas medidas para as proteger», avisa a Greenpeace.
De acordo com a organização ambiental, as florestas intactas permanecem em apenas 64 países.
Os países com maiores áreas de florestas selvagens degradadas são o Canadá, Rússia e o Brasil, mas a Greenpeace afirma-se «surpreendida» com o fato de ter descoberto que países como Paraguai, Austrália e Bolívia também têm percentagens altas de taxas de degradação.
«Infelizmente, essas áreas exclusivas ainda não estão fortemente protegidas», refere a Greenpeace, assinalando que «apenas dois por cento das áreas florestais selvagens estão em reservas naturais estritas e devidamente protegidas (na categoria 1 da avaliação da União Internacional de Conservação da Natureza)».
«Estamos a destruir os nossos últimos lugares de florestas selvagens para coisas como papel de seda, produtos de madeira e culturas. Destruir essas áreas significa que elas se foram para sempre, elas não vão voltar a crescer», conclui a organização.