
Global Imagens/ Hernâni Pereira
Faz hoje dez anos que Jorge Sampaio, então Presidente da República, inaugurou, no Porto a Casa da Música. Em dia de aniversário, a TSF foi à Boavista ouvir a opinião de quem dá ritmo ao projeto.
Os frequentadores, os vizinhos ou apenas curiosos reconhecem que a cidade mudou. Com a Casa da Música, o Porto ganhou novos públicos e admiradores, longe da memória em que aquele espaço foi uma estação de recolha de carros elétricos.
O barulho do freio do elétrico parou, mas os ritmos naquele espaço continuam. Os concertos conquistaram fãs como Inês Silva. Para esta professora, a mudança foi música para os seus ouvidos. «Procurei sempre muitíssimo, uma vez que era professora e incentivava nos meus alunos a procura da música. Portanto, para mi, o nascimento desta casa... foi uma alegria».
Paulo Espírito Santo, de cabeça erguida e com os olhos a mirar a sala Suggia, diz que a Casa da Casa da Música é um ícone que impôs um novo ritmo à cidade, porque aqui «eu ouço todo o tipo de concertos, de músicas muito diferentes... ou seja, acho que foi uma pedra no charco».
Luís Correia é vizinho da Casa. Acompanhou o "compasso" das obras desde o início e todos os dias admira a casa que nasceu ao lado da sua. Para ele, a Boavista está mais bonita e mais agitada. «Ui... Deus me livre. Há mais turistas, há alunos das escolas primárias, das escolas secundárias... Isto por acaso tem dado vida aqui à Rotunda da Boavista».
Ana Sousa, na padaria do outro lado da rua, mesmo em frente ao edifício, convive com os ganhos que a Casa da Música trouxe para o negócio, passadas as dúvidas sobre o projeto. «Parecia que nunca mais acabava e de um momento para o outro ficou pronta. Para nós, a Casa da Música foi bom». Notou-se no negócio? «Sim e muito».
Para os apreciadores de música, a Casa é um bálsamo. Filomena Sousa fala com um sorriso aberto do espaço que tanto frequenta. «É um diamante. Um diamante cheio de cultura, não cheio de superficialidade».
Paula Madeira encontra na Casa a música que mais gosta - clássica e brasileira - e também matéria para as suas aulas de matemática «pelo seu formato, a forma em si do poliedro. Há exercícios nos livros sobre a Casa da Música».
Olhando para trás, quando começaram os trabalhos preparatórios, ninguém conseguia imaginar o que aí vinha. Nem moradores, nem turistas. Aos 10 anos de vida, a Casa da Música conquistou o Porto.