As torres de Ofir vão se demolidas. Os três prédios encontram-se numa área de paisagem protegida, junto ao mar. O ministro do Ambiente, José Sócrates, prepara-se para anunciar a sua destruição. O objectivo de eliminar as torres é o de minorar a erosão costeira.
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As torres de Ofir vão ser demolidas. Os três prédios (na foto)encontram-se na Área de Paisagem Protegida do Litoral de Esposende, junto ao mar, e o ministro do Ambiente, José Sócrates, prepara-se para anunciar a sua destruição, nesta quinta-feira, depois de já ter assinado o despacho.
A decisão deverá ser anunciada depois de uma reunião com a comissão de Acompanhamento estratégico do Litoral de Esposende.
A medida será tomada com o objectivo de minorar a erosão costeira, tendo em conta os estudos técnicos e científicos que caracterizam a dinâmica das construções edificadas na costa de Ofir.
No entanto, esta não será uma acção isolada. Também para minorar a erosão costeira, José Sócrates deverá anunciar outras acções nesse sentido. Os prédios têm, esporões a protegê-los do mar, mas estas estruturas de engenharia pesada agravam também a erosão, já que provocam grande perda de sedimentos nas praias mais a sul.
O encontro conta ainda com a participação do Instituto de Conservação da Natureza, a Direcção Regional de Ambiente do Norte e o Instituto da Água, que é responsável pelos estudos técnicos sobre a costa daquela zona, que é uma das mais afectadas pela erosão.
A demolição custa cerca de 31,5 milhões de euros, que incluem 25 milhões de euros de indemnização aos proprietários, mas José Sócrates garante que fica mais barata a demolição do que construir novos esporões para proteger a costa.
Apesar das indemnizações, os moradores não estão satisfeitos com esta decisão, até porque alegam ter gasto perto de 20 mil contos a pintar o exterior das torres, mas reconhecem que o mar se está a tornar numa séria ameaça às construções.
O presidente do condomínio de uma das torres disse à TSF que o que mais indigna os proprietários é o facto de nunca ninguém ter falado com os moradores.
O ministro diz ainda que a decisão é legítima, apesar do Governo estar em gestão, porque se está apenas a concretizar o objectivo do Plano de Ordenamento da Orla Costeira. Mesmo que o argumento não fosse suficiente, Sócrates diz também que se trata de uma intervenção «urgente» e que não pode esperar».
«Há um risco para a segurança de pessoas e bens naquela área, que ameaça a estabilidade das torres e daquelas construções e que exige uma intervenção capaz de repor essa segurança», disse José Sócrates à TSF.
As três torres incluem 114 apartamentos e 15 espaços comerciais. Para além da destruição destas torres, deverá ser anunciada a destruição de 15 moradias implantadas no cordão dunar e a frente do Hotel Ofir, parcialmente construído sobre a praia.