«Avaliação do perfil bioquímico e genético da Doença de Alzheimer» deu a Maria Grazino um prémio de três mil contos, atribuído pela Sociedade Portuguesa de Neurociências. O projecto analisa factores genéticos envolvidos nas doenças neurodegenerativas.
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O projecto científico «Avaliação do perfil bioquímico e genético da Doença de Alzheimer», da investigadora Maria Grazino, ganhou a Bolsa de Estudo de
Envelhecimento Cerebral e Doença de Alzheimer.
O prémio, atribuído pela Sociedade Portuguesa de Neurociências (SPN) no valor de três mil contos, coube este ano áquela assistente de Bioquímica da Faculdade de Medicina de Coimbra e especialista em Bioquímica, Biologia Celular e Genética, estando a entrega da bolsa prevista para Outubro.
Na génese do projecto vencedor estava o objectivo de analisar factores genéticos potencialmente envolvidos nas doenças neurodegenerativas e da sua influência nos parâmetros bioquímicos.
Segundo Maria Grazino, o estudo pretendia «proporcionar uma contribuição cientificamente válida em relação a uma melhor compreensão da Doença de Alzheimer».
A investigadora referiu que ainda não são conhecidas as funções de algumas proteínas codificadas pelos genes até agora associados à Doença de Alzheimer, adiantando esperar que o seu trabalho «possa contribuir com novas perspectivas para a aplicação de terapêuticas mais adequadas e eficazes que podem estar relacionadas com o perfil genético e bioquímico dos doentes».
A importância da Bolsa é significativa, sobretudo se se tiver em conta que se quantifica para este ano em Portugal cerca de 60 mil casos de Doença de Alzheimer, subsequente ao envelhecimento da população, com graves repercussões em termos sociais, financeiros e humanos.
Deolinda Lima, presidente da SPN, realçou que a adesão dos investigadores nacionais à iniciativa «foi muito positiva, tendo em conta o número de pessoas que em Portugal se dedicam a estas temáticas».
«Todos os trabalhos apresentados tinham bastante qualidade e foi difícil para todos os membros do júri fazer a selecção final», adiantou.
De acordo com Deolinda Lima, a investigação portuguesa está actualmente bastante credenciada junto da comunidade internacional.
«Em todos os grupos nacionais que se dedicam à área da neurociência encontramos especialistas que são convidados regularmente para participar em conferências internacionais», frisou, adiantando que a própria SPN «foi recentemente escolhida de entre cinco Sociedades Europeias para organizar as próximas três reuniões a decorrer em 2001, 2003 e 2005 da Federação Europeia de Neurociências».
A bolsa é atribuída bianualmente, tendo a escolha do trabalho vencedor ocorrido durante a Assembleia Geral da SPN, no decurso da reunião da Federação Europeia das Sociedades de Neurociências, que se realizou em Brighton, Reino Unido.