O Serviço Militar Obrigatório vai acabar dois meses antes do previsto no Exército. O decreto que põe fim a este modelo de recrutamento já está assinado, tendo o porta-voz do ramo admitido que os 12 mil profissionais no Exército ainda não são o ideal.
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O fim do Serviço Militar Obrigatório (SMO) vai ser antecipado em cerca de dois meses no Exército, tendo sido na segunda-feira assinado um decreto nesse sentido pelo Chefe do Estado-maior do ramo, o general Valença Pinto.
A confirmação foi dada por fontes ligadas ao exército, citadas pelo «Diário de Notícias», que indicam que os jovens recrutados não verão prolongada em mais dois meses a sus estada em quartéis a partir de 19 de Setembro, seja qual for a especialidade.
O porta-voz do Exército esclareceu que esta medida representa um «sinal claro» de que o Exército sente que «está a funcionar com os [12 mil] militares em regime de contrato e voluntariado que tem».
O tenente-coronel Vasco Pereira admite que este é «um efectivo que permite [ao Exército] funcionar, não em pleno, mas com algum confronto», uma vez que para o efectivo ideal seria um na ordem dos «15 mil profissionais».
Em declarações à TSF, o general Valença Pinto confirmou a intenção de antecipar o fim do SMO no Exército, esclarecendo que o ramo prescindiu da promoção do despacho ministerial de extensão do Serviço Efectivo Normal.
O chefe do Estado-maior do Exército justificou esta dispensa pelo já esperado «sucesso natural» na obtenção de recursos humanos para o ramo, como praças e voluntários.
«Esta medida é perfeitamente pacífica e absolutamente esperada e pré-anunciada e não tem a mais pequena consequência a não ser para aqueles que persistem numa atitude de «Restelo» a perceber que o Serviço Militar Obrigatório acabou em Portugal», concluiu.
Com a saída dos militares incorporados a 20 de Maio, põe-se fim a um modelo de recrutamento para o Exército que vigorou durante os últimos dois séculos.