Madalena Iglésias tinha 78 anos. A cantora venceu o Festival da Canção em 1966 com a música "Ele e Ela".
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A cantora Madalena Iglésias morreu esta terça-feira, numa clínica em Barcelona, Espanha. O velório realiza-se esta terça-feira a partir das 18h00 locais (17h00 em Portugal), na sala 18 do Tanatório de Collserola, em Barcelona.
Os filhos de Madalena Iglésias comunicaram o falecimento da cantora através do Facebook: "Agradecemos profundamente o carinho e respeito que sempre lhe demonstraram. Vocês foram responsáveis por uma parte importante da sua felicidade. Madalena nasceu para cantar. E continuará a cantar".
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Madalena Lucília Iglésias do Vale de Oliveira Portugal nasceu a 24 de outubro de 1939 na freguesia de Santa Catarina, em Lisboa.
Iniciou carreira no Centro de Preparação de Artistas, na ex-Emissora Nacional, e em 1966 venceu o Festival RTP da Canção com o tema "Ele e Ela", de Carlos Canelhas. Na altura, a artista já se tinha apresentado em 1959 na televisão espanhola e em 1960 foi eleita por votação popular, através de subscritos, Rainha da Rádio e da Televisão.
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Em 1962 representou Portugal no Festival de Benidorm, que lhe abriu definitivamente as portas do mercado internacional. Realizou digressões por Espanha e pela América do Sul, gravou para a discográfica Belter e concorreu a diferentes festivais internacionais, como o Palma de Maiorca e o de Aranda del Duero, que venceu em 1964.
Além de "Ele e Ela", do repertório da cantora fazem parte, entre outras, as canções "Silêncio Entre Nós", "Poema de Nós Dois", "Canção para um poeta", "Canção Que Alguém Me Cantou", "É Você, "Oração Na Neve" e "De Longe, Longe, Longe...", "Canção de Aveiro", "Cuando Sali de Cuba", "Ven esta noche", "La frontera" e "La más bella del baile".
Em 1972 casou e deixou a vida artística. Morou na Venezuela e em Espanha, mas regressou várias vezes a Portugal para participar em homenagens. Uma dessas ocasiões aconteceu em 1989 quando Filipe La Féria apresentou, na Casa da Comédia, o musical "What Happened To Madalena Iglésias?", sobre a rivalidade entre Madalena e Simone.
No texto de abertura da sua fotobiografia, lançada em 2008, a cantora referiu-se à sua carreira, que ultrapassou as fronteiras nacionais, como "um caminho percorrido com entusiasmo, alegria, êxitos e algumas nuvens", e garantia: "Tenho um pouco do que vibrei!". "Ao escolher a minha profissão, procurei cumprir sempre com rigor e muita dignidade", afirmou.
As reações no adeus a uma "rainha nacional"
Em declarações à TSF, o encenador Filipe La Féria lembrou uma "figura mítica dos anos 60".
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La Féria recorda o musical que encenou, 'What Happened To Madalena Iglésias?', "que era bastante irónico e que ela [Madalena Iglésias] viu, gostou e aceitou com imensa classe". Para o encenador, Madalena Iglésias era uma "grande cantora", capaz de atravessar gerações. "Até os meus netos ainda cantam o "Ele e Ela"".
"Era uma mulher de charme, uma grande profissional, e ficará na memória de todos os que a viram", afirmou.
O Ministro da Cultura, Luís Filipe de Castro Mendes, "lamenta profundamente a morte da cantora Madalena Iglésias", que foi "marcante para uma geração", lê-se numa nota de pesar. "A sua carreira internacional foi marcada por digressões à América do Sul", afirma o ministro que recorda as palavras de Madalena na sua fotobiografia, em que se referiu à sua carreira como "um caminho percorrido com entusiasmo, alegria, êxitos e algumas nuvens".
A nota ministerial recorda a participação de Madalena Iglésias nos diferentes festivais e as suas vitórias, designadamente no Festival da RTP da Canção, em 1966, com "Ele e Ela", de Marco Canelhas, e em Espanha, onde venceu o de Aranda del Duero, em 1964. "Antes disso, em 1960, tinha sido eleita na televisão espanhola, por votação popular, a 'Rainha da Rádio e da Televisão'", refere Castro Mendes.
Notícia atualizada às 11h20, com reação de Filipe La Féria e às 15h20 com a nota do Ministério da Cultura