O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, lamentou, em Leiria, o incidente com a faixa sobre o very light exibida no jogo de futsal com o Sporting, mas acusou os leões de terem «memória curta».
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«Em relação à tarja do nosso pavilhão, é lamentável e injustificável. Há um processo de investigação em curso para apurar quem foi o responsável», afirmou Luís Filipe Vieira, na cerimónia que assinalou a reinauguração das instalações da Casa do Benfica de Leiria.
Sobre o incidente no dérbi de futsal, o presidente dos encarnados sublinhou que «não há conivência da direção do Sport Lisboa e Benfica com gestos desta gravidade, mesmo havendo antecedentes e provocações. Nada justifica aquela tarja, lamento sinceramente o que sucedeu».
A faixa, que ocupou toda a largura de um dos topos das bancadas, com a inscrição "Very light 1996", numa provocação aludindo à final da Taça de Portugal de futebol de 1996, durante a qual morreu um adepto do Sporting vítima de um lançamento de um "very light", foi mandada retirar pelo presidente.
«Depois de ver a tarja e perceber o que estava escrito, pedi ao nosso diretor de segurança que a retirasse. [Contudo] Foi entendimento da polícia e do nosso diretor que retirar a tarja podia provocar problemas de segurança maiores em todo o pavilhão», acrescentou.
A faixa está agora «na posse das autoridades e há um processo de investigação a decorrer». «Será que podem dizer o mesmo das tarjas de Alvalade?», questionou Luís Filipe Vieira.
«Sei que vão dizer que passaram seis dias. Mas passaram mais de três anos depois do incêndio da Luz e ainda ninguém do Sporting repudiou ou lamentou aquele triste incidente», acusou, recordando o incidente do Benfica-Sporting de 2011.
O dirigente acrescentou que «a tarja do pavilhão da Luz entrou sem autorização e sem o nosso conhecimento, não foi preparada nas nossas garagens. E as de Alvalade? Foram ou não pintadas na garagem e instalações do Estádio José Alvalade? E as camisolas da Juve Leo não merecem condenação? Ou será que querem branquear parte da história deste fim de semana?», afirmou, em Leiria.
Luís Filipe Vieira considerou que o episódio da tarja «foi um instrumento utilizado» pelo Sporting para «cortar relações com o Benfica».
«Não corto relações com outros clubes por mera gestão de autoridade interna, não processo sócios só porque discordam de mim, não digo que a bandeira nacional tem verde a mais, não minto em relação a uma suposta conversa telefónica que nunca houve, não minto em relação ao acordo que nunca houve. Há pessoas que não perceberam que a mentira tem perna curta e que as palavras têm consequências», apontou Luís Filipe Viera, aludindo ao presidente do Sporting, Bruno Carvalho.
Perante uma plateia de cerca de 450 benfiquistas, o líder encarnado considerou que «o assunto acaba aqui», sem mencionar a participação disciplinar contra o Sporting que o Benfica enviou à Comissão de Instrução e Inquéritos das Competições Profissionais de Futebol, segundo documento a que a agência Lusa teve acesso.