O banco contabiliza nas contas os problemas do passado, mas espera ter lucros daqui para a frente.
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A CGD vai ter este ano cerca de três mil milhões de euros de prejuízo. O valor consta do plano estratégico do banco a que o Expresso teve acesso e está em linha com o que o ministro das Finanças tinha anunciado este verão.
Para além das perdas deste ano, estão contabilizados os problemas do passado. Empréstimos que dificilmente serão pagos e que o banco reconhece que será dinheiro perdido.
Essas perdas, imparidades, chegam aos 2,7 mil milhões de euros, que é precisamente o valor que o Estado vai injetar diretamente na CGD. Numa capitalização total, entre Estado e privados, de 5 mil milhões de euros.
Daqui para a frente, a CGD prevê sempre lucros nos próximos quatro anos atingindo 670 milhões em 2020. O plano prevê a saída de 2.240 trabalhadores, menos do que o inicialmente previsto, mas a que se juntam ainda quase 500 que já saíram este ano. 75% sairão para pré-reformas e 25% diretamente para a reforma.
Ainda assim, pode haver rescisões, fruto do encerramento de 180 balcões nos próximos quatro anos.
Na operação em Portugal, a CGD estima cortes na despesa na ordem dos 800 milhões de euros este ano e prevê um corte adicional de 4,5% ao ano em termos de receitas. O produto bancário deverá crescer 15% ao ano, aumentando comissões aos clientes e os custos com os empréstimos e as taxas pagas nos depósitos devem baixar ainda mais.