
MÁRIO CRUZ/LUSA
Palavras do ministro das Finanças dirigidas ao deputado do PSD António Leitão Amaro, durante a audição sobre a CGD, esta quarta-feira, na Comissão de Orçamento e Finanças.
"Peço desculpa por dizer, mas não faz a menor ideia do que é um banco". Palavras do ministro das finanças Mário Centeno dirigidas ao deputado António Leitão Amaro, durante a audição sobre a CGD, na Comissão de Orçamento e Finanças.
O deputado do PSD tinha acabado de dizer que a Caixa Geral de Depósitos "está decapitada duas vezes num ano, com uma administração em gestão e a responsabilidade é sua".
Ao longo desta audição, o ministro das Finanças destacou hoje a importância que a Caixa Geral de Depósitos teve nos últimos anos, marcados pela grave crise económica e financeira, na manutenção da confiança dos depositantes e do financiamento à economia.
"Parece hoje ainda mais clara para todos a importância de ter um banco público. Nos últimos anos a Caixa provou o seu papel como âncora da estabilidade do sistema", afirmou Mário Centeno durante a sua audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA).
Segundo o governante, num contexto difícil a nível internacional para a generalidade do setor bancário, a CGD provou ser uma "instituição de referência e confiança, que recebe depósitos", e que desempenha um importante "papel no crédito, dando estímulo ao crescimento português".
E reforçou: "É nessa leitura daquilo que é o sistema financeiro hoje que a necessidade de haver um banco público é ainda mais clara".
Centeno sublinhou que a manutenção da CGD 100% pública está inscrita no programa do Governo, que desde que tomou posse "tratou das questões" do banco, ao nível da sua reestruturação e da aprovação do novo plano de capitalização, "sem esquecer a sua função pública e a sua função bancária".
O ministro vincou que a CGD "atua em regime de concorrência muito alargada, mesmo a nível europeu, numa área económico-financeira muito vasta e com processos de integração que estão em construção e para os quais Portugal tem que estar preparado" e que "é nesse contexto que se coloca a recapitalização" do banco estatal.
Segundo Centeno, em causa está "um processo de capitalização muito desafiante que era preciso enfrentar e tudo isto num ambiente regulatório que é mais exigente, e ainda bem".