Sete municípios querem inverter a tendência, antiga, de despovoamento e prometem projetos inovadores para atrair empresas e empreendedores.
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Sete concelhos do Interior do país apresentam esta quarta-feira, em Lisboa, os projetos que desenvolveram no último ano para inverter a tendência de perda de população. Os municípios envolvidos são o Fundão, Idanha-a-Nova, Gouveia, Lousã, Penela, Vila Velha de Ródão e Miranda do Corvo.
O presidente da Câmara de Idanha-a-Nova chama-lhe uma espécie de Silicon Valley do Campo, recordando o nome da conhecida zona dos Estados Unidos da América onde se situam muitas das principais empresas inovadoras do Mundo.
A ideia do projeto, que ainda está numa fase inicial e à procura de financiamento, é especializar cada um dos municípios envolvidos num sector de atividade que lhe traga vantagens competitivas particulares.
Para Penela, por exemplo, está previsto um projeto de Saúde Inteligente e Preventiva, enquanto para a Lousã a ideia é criar um território capaz de receber pessoas com todas as formas de incapacidade.
No Fundão a meta é atrair investigadores e empreendedores de novos produtos e serviços digitais. Já em Idanha-a-Nova pretende-se avançar com o projeto "Idanha Social Lab Valley" para desenvolver uma agricultura inovadora, nomeadamente biológica.
Arminho Jacinto, o presidente da autarquia, explica que querem atrair talento para um território que está muito vazio.
A presidente da Comissão Executiva da Iniciativa para a Economia Cívica (IEC), promotora destes projetos em parceria com os municípios, explica que a meta é especializar um concelho do Interior numa área que lhe traga vantagens inovadoras e competitivas.
Maria do Carmo dá o exemplo daquilo que pretendem fazer em Gouveia onde se quer recrutar jovens, em Portugal e no estrangeiro, para usar conhecimentos antigos dos mais velhos que podem ser usados na economia moderna.
A meta final é partilhar depois os projetos de sucesso entre os vários municípios do Interior, mas até agora não é certo qual será o investimento para avançar com os 7 projetos que já estão definidos pelas autarquias.
Em Idanha-a-Nova, por exemplo, o presidente da câmara admite que a dimensão do projeto vai depender da existência, ou não, de financiamento europeu.