Na Convenção Republicana, ouviram-se vaias a Ted Cruz, o rival de Donald Trump, nas primárias, quebrou o tom elogioso que tem marcado os trabalhos e não ofereceu apoio ao candidato nomeado.
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E de repente, o verniz da mega produção Trump estalou e apareceu, qual fratura exposta, um Partido Republicano inconformado com a escolha de Donald Trump , como candidato à Casa Branca.
Ted Cruz personificou essa tendência: em mais de 20 minutos não pronunciou as palavras que a plateia queria ouvir, não recomendou o voto em Donald Trump.
Nem as vaias nem os gritos de "endorse Trump- apoia Trump", alteraram o que Ted Cruz não vinha dizer.
Permaneceu,, impassível, na tribuna, e até se permitiu uma ironia perante os delegados de Nova Iorque, terra de Trump, os mais exaltados, agradecendo "o entusiasmo".
A única referência a Donald Trump foi despachada logo no início da intervenção:
"Felicito Donald Trump pela nomeação, ontem à noite", disse Cruz.
Depois, o senador do Texas divagou sobre a necessidade de defender a liberdade, apoiou a construção de um muro para travar a imigração ilegal, sendo ele próprio filho de imigrantes.
Criticou Hillary Clinton e manifestou a convicção de que os eleitores estão fartos das elites e de políticos corruptos.
O mais próximo que esteve de uma referência às eleições de Novembro, foi quando apelou ao voto, em consciência, em "quem confiem para defender a liberdade e a Constituição".
Donald Trump entrou na sala quase no fim desta intervenção, motivando vivas. Já Ted Cruz saiu sob o maior apupo da Convenção, com milhares de vaias.
Uns minutos depois seria Newt Gingrich, a tentar encontrar um apoio onde, de facto, não existiu pretendendo "parafrasear Ted Cruz" para dizer que "só a dupla Trump/Pence respeita a Constuição".
A sala ainda recuperava da "desfeita" de Ted Cruz, quando Eric Trump, mais um dos filhos do candidato, veio apelar ao voto porque, entre outras razões, "o pai não precisa de emprego".
A noite estava destinada a Mike Pence, número dois de Trump, na candidatura à Casa Branca.
O governador do Indiana, num discurso muito aplaudido, disse que os democratas e a imprensa ainda não perceberam que o "outsider Trump não desiste e está cada vez mais forte".
Pence acusou Hillary de só querer subir um patamar, para que tudo fique na mesma:
"O lado democrata apresenta uma agenda estagnada, Hillary quer subir e eu compreendo-a: também quereria se fosse Secretária do statuo quo", disse o nomeado, pelos republicanos, para a vice-presidência.
Donald Trump entrou em palco no final para aplaudir Pence e, nos cumprimentos, deu um quase beijo ao companheiro de corrida presidencial.
A dupla Trump/Pence assumiu palavra Change/Mudança, um dos slogans de campanha de Barack Obama, em 2008.
A benção final, desta vez, coube a um padre grego ortodoxo que lembrou que "uma casa dividida, cai".
A TSF acompanha as presidenciais americanas numa parceria com a FLAD.