António Vitorino defende "soluções imediatas de emergência" para controlar fronteiras europeias
Em entrevista à agência Lusa, o ex-comissário europeu considera que a Europa não pode esperar pelo processo de criação de uma guarda fronteiriça europeia.
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António Vitorino olha com preocupação para a falta de respostas concretas da União Europeia para a questão dos refugiados e a ligação que o tema pode vir a assumir com casos de terrorismo.
Entrevistado pela agência Lusa, o antigo ministro e ex-comissário europeu lembra que o problema não pode resolver-se com fronteiras fechadas. A solução, para António Vitorino, passa pela troca de informações entre Estados.
António Vitorino considera que a Europa não pode esperar pelo processo de criação de uma guarda fronteiriça europeia, proposta recentemente pela Comissão Europeia e cuja discussão foi adiada para fevereiro.
Para o antigo Comissário é preciso encontrar "soluções imediatas, de curto prazo, de emergência, para responder ao desafio do controlo das fronteiras externas".
Nesta entrevista à agência Lusa, António Vitorino considera que a Europa contribuiu para o agravamento da crise migratória ao reduzir significativamente as contribuições para as agências da ONU que gerem os campos de refugiados nos países vizinhos da Síria.
Sobre a vaga que atingiu a Europa este ano, o antigo comissário europeu lembra ainda que "a Europa precisa de imigração legal e que essa imigração tem um efeito positivo no sentido do rejuvenescimento da população", e pelo impacto positivo que tem na economia dos países. Por isso, defende António Vitorino, é "pura demagogia" dizer que os imigrantes são um peso para o Estado social.