Um atentado numa manifestação pacífica em Cabul provocou a morte de, pelo menos, 61pessoas e ferimentos em outras 207. A organização terrorista Daesh já admitiu responsabilidade pelo ataque.
Corpo do artigo
"Pelo menos 20 pessoas foram mortas e 160 feridas, mas este é somente um primeiro balanço dos nossos hospitais e [o número] poderá evoluir", salientou Mohammad Ismail Kawoosi, em declarações à agência de notícias francesa AFP.
Pouco tempo depois esse número era, de facto, revisto pelas autoridades que falam agora em 61 mortos e mais de 200 feridos. Os números são do Ministério da Saúde.
Daesh afirma autoria pelo atentado
A agência de notícias Amaq afirma que o Daesh diz ter sido o responsável pelo ataque que visou a comunidade Hazara (chiitas) do Afeganistão.
A agência de notícias afirma que o atentado foi levado a cabo por "dois combatentes do Daesh fizeram detonar cintos explosivos".
Centenas de feridos
Numa altura em que o número de vítimas era ainda incerto, um fotógrafo da AFP que se encontrava no local viu "dezenas de corpos", muitos dos quais "desmembrados".
"Quando cheguei havia dezenas de corpos, contei mais de 20, alguns totalmente desmembrados", relatou o fotógrafo.
"Vi outros corpos mutilados perto de um veículo das forças especiais da polícia. Há um mar de sangue por todo o lado", acrescentou.
Um porta-voz adjunto do Ministério da Administração Interna do Afeganistão disse que a explosão se devia "certamente a um atentado suicida cometido por um kamikaze que se deslocava a pé" no meio da multidão.
Milhares de manifestantes, principalmente da comunidade hazara chiita (o Afeganistão é maioritariamente sunita), desfilaram desde o início da manhã, de forma pacífica, para protestar contra um projeto de uma linha de alta tensão que ignora o seu território, na província de Bamiyan, no centro do país.
Para os dirigentes hazaras, este traçado é um novo sinal de descriminação da sua comunidade e da sua província, o menos desenvolvido do Afeganistão.