O deputado brasileiro do partido Democratas Rodrigo Maia foi esta noite eleito presidente da Câmara dos Deputados, a câmara baixa do Congresso do Brasil.
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O parlamentar obteve uma vitória expressiva na segunda volta da votação, obtendo 285 votos, mais do que os alcançados por Rogério Rosso, do Partido Social Democrático (PSD), que conquistou o apoio de 170 deputados.
Na primeira volta, que decorreu na quarta-feira à noite, Rodrigo Maia havia já sido o mais votado entre os 13 candidatos, ao somar 120 votos, seguido por Rogério Rosso, que conseguiu 106 votos.
Como nenhum dos dois candidatos - ambos da base de apoio do Governo interino - conseguiu maioria absoluta na primeira volta, o novo presidente da câmara baixa do Congresso brasileiro teve de ser decidido na segunda volta.
O terceiro colocado na primeira volta foi Marcelo Castro, que chegou a ser ministro da Presidente com mandato suspenso, Dilma Rousseff, e cuja candidatura preocupava o executivo interino liderado por Michel Temer.
Após a apresentação dos resultados, já de madrugada, vários deputados gritaram "Fora, Cunha", porque Rogério Rosso é próximo do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
Já sentado na cadeira de presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, de 46 anos, destacou que se tratou de uma "disputa limpa" e emocionou-se ao falar da família.
"Vamos a partir de amanhã governar com simplicidade. Temos muito trabalho a fazer", referiu, defendendo a necessidade de pacificar e de fazer dialogar a minoria com a maioria dentro da câmara.
"Temos uma pauta [agenda] do Governo, que é importante sim, mas temos também a pauta da sociedade", disse ainda.
Filho de um ex-presidente da câmara do Rio de Janeiro, Rodrigo Maia já foi, por duas vezes, líder da bancada do DEM na Câmara dos Deputados, que atualmente é composta por 27 lugares, e também presidente do partido.
Rodrigo Maia contou com vários apoios, entre os quais o do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), movimento com 50 lugares e liderado pelo senador e ex-candidato presidencial Aécio Neves.
No discurso antes da votação, Rodrigo Maia defendeu um poder legislativo forte e independente, e disse que pretende dar mais espaço a todos os deputados, visto que, normalmente, apenas os líderes das bancadas falam no plenário.
"O Brasil só vai superar a crise se a Câmara superar a sua crise", advogou.
Os parlamentares escolheram assim o sucessor de Eduardo Cunha, que apresentou um pedido de renúncia a 07 de julho e que, já antes, tinha sido suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Eduardo Cunha é arguido na Operação Lava Jato, que investiga um grande esquema de corrupção que envolve várias empresas, entre as quais a petrolífera estatal Petrobras.
Rodrigo Maia ocupará o cargo temporariamente, até fevereiro do próximo ano, quando será eleito um novo presidente.