
DR/Habertürk TV
O ministério da Defesa da Rússia já confirmou que o avião é russo e garante que o espaço aéreo turco não foi violado.
O caça russo foi abatido por aviões F-16 turcos, depois de alegadamente ter violado o espaço aéreo da Turquia, perto da fronteira com a Síria. As autoridades garantem que o avião, um SU-24, foi avisado por 10 vezes em 5 minutos para alterar a rota e ignorou os alertas. Há ainda informações de um segundo avião.
O ministério da Defesa da Rússia já confirmou que o avião abatido é russo. À agência de notícias RIA, o ministro garantiu que o espaço aéreo turco não foi violado e disse que pode provar que durante todo o voo o caça esteve sobre território sírio.
Fontes presidenciais turcas, citadas pela Reuters, garantem que cumpriram as regras relativas à violação do espaço aéreo. O ministro dos Negócios Estrangeiros vai agora consultar a NATO, as Nações Unidas e os países aliados sobre este assunto.
O canal de televisão Habertürk está a divulgar imagens que mostram este avião a despenhar-se.
[twitter:669061103884734464]
De acordo com a agência de notícias Anadolu, dois pilotos conseguiram saltar de paraquedas perto da fronteira.
Os dois tripulantes do avião ejetaram-se antes de o aparelho explodir durante o voo e a edição eletrónica do jornal russo Gazeta está a adiantar que um deles foi capturado por um grupo rebelde sírio, na zona montanhosa de Latakia. A agência de notícias turca Dogan diz que há helicópteros russos à procura dos tripulantes do SU-24 abatido.
No twitter, há vídeos a circular que mostram os pilotos no paraquedas.
[twitter:669077696484388864]
Entretanto, já circula na Internet um vídeo com um dos pilotos, em terra, morto. Não se sabe se o homem que aparece no vídeo é, de facto, um dos pilotos do caça, mas o fato, o equipamento e as insígnias que ostenta são as mesmas que os pilotos russos em Latakia envergam.
A Turquia já divulgou as imagens de radar que parecem mostrar que o caça russo sobrevoou brevemente o sul do país, antes de ser abatido, segundo a CNN turca.
[twitter:669098577524822016]
Os oficiais da NATO confirmaram estar em contacto com as autoridades turcas, não confirmando se estão a fazer o mesmo com a Rússia. O New York Times relata que o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, ordenou ao ministro dos negócios estrangeiros que se mantenha em contacto com a NATO e a ONU.
Vladimir Putin tem planeada esta terça-feira uma reunião com o rei Abdullah, da Jordânia, em Sochi. É esperado que após esse encontro o presidente russo faça uma declaração sobre o incidente. O ministro dos negócios estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, tinha uma visita planeada à Turquia para quarta-feira, que ainda não se sabe se será adiada.
Nikolai Levichev, deputado do parlamento russo e membro da comissão dos assuntos internacionais, acusou a Turquia de apoiar o Daesh (o grupo Estado Islâmico) e de ter abatido o caça quando este sobrevoava a Síria.
Sinan Ulgen, um antigo diplomata turco e agora presidente do think tank "Edam", em Istambul, afirmou ter ficado surpreendido por um incidente deste género não ter ocorrido antes. Para Craig Murray, antigo diplomata britânico, as ações da Turquia não têm justificação e realçam o perigo que o Reino Unido corre em se envolver numa campanha de bombardeamentos contra a Síria. Aaron Stein, autor do livro "Turkey"s New Foreign Policy", afirma que Moscovo esteve mal ao violar repetidamente o espaço aéreo turco, algo que aconteceu pela quarta vez desde que começaram os ataques. "As regras de compromisso são claras e bem conhecidas".
O porta-voz de Vladimir Putin, Dmitry Peskov, terá colocado alguma água na fervura ao pedir paciência para quer todos os factos possam ser averiguados antes de se procederem a avaliações e declarações, de acordo com a RIA Novosti.
Deborah Haynes, jornalista do Times, avançou que a NATO vai realizar ainda esta terça-feira uma reunião de emergência para discutir o incidente. A organização já confirmou que se irá reunir esta terça-feira.
[twitter:669113497679187968]
[twitter:669118829482627072]
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos afirmou que os helicópteros russos estão a vasculhar a área onde o jato foi abatido, a fim de encontrarem os dois pilotos que se ejetaram.
Um oficial do governo turco confirmou que o SU-24 foi abatido pelos F-16 turcos depois de ter sido repetidamente avisado de que estava a entrar no espaço aéreo turco. Contudo, a declaração alerta que a ação militar não foi contra nenhum país em específico, mas sim um ato de autodefesa.
Tal como os Estados Unidos, a Turquia teme que o envolvimento da Rússia na Síria complique ainda mais a situação, prolongando a guerra e exacerbando a crise dos refugiados na fronteira turca, por onde já passaram mais de dois milhões de sírios.
A Turquia tem uma longa história de tensões com a Rússia e o presidente Erdogan ficou especialmente chateado por não ter sido avisado sobre as intenções russas aquando da sua visita a Moscovo, em setembro. Ainda assim, nos últimos anos, a aproximação entre ambos os países tem sido evidente, com a assinatura de acordos comerciais e energéticos. Atualmente, a Rússia é o segundo maior parceiro comercial da Turquia e 60% do seu gás natural vem dos russos. Essa dependência económica é uma forte razão para Erdogan não querer que este incidente tome outras proporções.
Walid Joumblatt, antigo ministro no Líbano, apelou à Rússia para que o país não seja arrastado para o conflito na Síria.
[twitter:669102690639716352]
Reza Afshar, antigo diplomata responsável pela política britânica na Síria, acredita que a Rússia vai fazer "muito pouco" em resposta ao incidente.
[twitter:669116027188453376]
Já Nihat Ali Özcan, perito em segurança turco, teme uma resposta agressiva da Rússia.
Na guerra contra o Daesh, os franceses colocaram ontem operacional, o porta-aviões Charles de Gaulle, que lançou os aviões para missões no Iraque. Foram bombardeadas posições de comando do grupo terrorista em Mossul, mas o Presidente francês promete missões também na Síria nos próximos dias.