
Na comunidade portuguesa em França, há quem apoie e quem rejeite as ideias de François Fillon.
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Paulo Marques presidente da CIVICA, associação dos autarcas portugueses em França foi um dos apoiantes do candidato da direita. Considera que os emigrantes portugueses não têm que ter receios, e o País precisa de maior pulso. Acredita que a direita vai ganhar as próximas eleições presidenciais na primavera de 2017.
"O objetivo é pôr mais autoridade, porque a França sofre", explica. "Sofre porque não há respostas para o desemprego e contra o terrorismo". A situação da falta de segurança, segundo Paulo Marques tornou-se o dia a dia das preocupações dos 4 mil autarcas portugueses em França.
No entanto, há quem receie o que aí pode vir. Luísa Semedo, membro do Conselho das Comunidades Portuguesas, antiga candidata do PS pelo circulo da Europa considera que não há memória de em tempos mais recentes haver um candidato tão à direita no Partido Republicano.
E declara que o discurso Fillon sobre a imigração não deixa os portugueses descansados." Há palavras [de Fillon] sobre o facto dos imigrantes terem de assimilar a cultura francesa em vez de se integrarem.", adianta. Além disso, o candidato da direita já tem defendido que no ensino básico as crianças devem apenas aprender francês, o que, na opinião desta conselheira, poderá colocar em causa o ensino da lingua portuguesa.
Esta representante de Portugal no Conselho das Comunidades considera que para a esquerda em França poderá haver uma única hipótese. Que François Hollande não avance, visto ser considerado um candidato fraco, e que o eleitorado do centro não se reveja no discurso de François Fillon e possa votar naquele que for o candidato socialista.