
Ricardo Moraes / Reuters
O Presidente do Brasil, Michel Temer, confirmou a intenção de avançar com as reformas propostas pelo seu Governo, após um dia da greve geral que terminou com incidentes violentos no Rio.
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"O governo federal reafirma seu compromisso com a democracia e com as instituições brasileiras. O trabalho em prol da modernização da legislação nacional continuará, com debate amplo e franco, realizado na arena adequada para essa discussão, que é o Congresso Nacional", referiu o Presidente brasileiro, em comunicado.
"De forma ordeira e obstinada, o trabalhador brasileiro lutou intensamente nos últimos meses para superar a maior recessão económica que o país já enfrentou na sua história. A esse esforço se somam todas as ações do Governo (...) para trazer o Brasil de volta aos trilhos do desenvolvimento social e do crescimento econômico", completou.
Michel Temer minimizou a adesão da população à primeira greve geral convocada no país nos últimosem 20 anos, dizendo que aconteceram apenas "atos isolados de violência", contra o que foi noticiado pelos meios de comunicação social brasileiros.
O chefe de Estado também classificou de "incidentes graves" os conflitos durante as manifestações organizadas pelos sindicatos, que têm sido particularmente violentos no Rio de Janeiro, onde um grupo queimou autocarros e entrou em conflito com a polícia.
A greve geral foi convocada por importantes centrais sindicais do país sul-americano, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical e a União Geral dos Trabalhadores (UGT), e também por movimentos sociais como a Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo.
Estes grupos protestaram ao longo de toda a sexta-feira contra mudanças no sistema laboral propostas por Michel Temer, que alteram mais de 100 pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), norma que rege as relações laborais no país desde a década de 1940.
O projeto já foi aprovado pelos deputados da Câmara Baixa e seguiu para a análise dos senadores que compõem a Câmara Alta do país.
Os manifestantes que aderiam à greve geral também aproveitaram o protesto para marcar posição contra alterações no sistema de pensões, ainda em fase de discutição no Congresso brasileiro.