Em Estrasburgo, e ao lado de Elisa Ferreira, o Presidente da República deu a entender que um eurodeputado vai ser nomeado para um cargo no sistema financeiro. E pede consenso máximo sobre a banca.
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa fala esta quarta-feira pela primeira vez perante a câmara dos eurodeputados, em Estrasburgo. Já disse que vai abordar "preocupações da atualidade" como as "financeiras". Num jantar com eurodeputados, Marcelo considerou que esta é uma das questões "mais importantes" para Portugal e pede consenso "máximo" sobre o sistema financeiro.
Na semana em que visitou a Caixa Geral de Depósitos, Marcelo deu ainda a entender que um eurodeputado, especialista no sistema financeiro, pode estar prestes a assumir funções em Portugal. O presidente nunca refere qualquer nome, mas aponta um perfil que deixa poucas escolhas disponíveis, quando se refere a um membro do Parlamento Europeu que seria "muito útil para continuar a fazer a ponte com as instituições europeias, no domínio financeiro".
Entre os eurodeputados, há quem admita que Marcelo se refere a Elisa Ferreira, a socialista que muito recentemente, durante a crise financeira e das dívidas soberanas, concluiu os chamados "six pack" e o "two pack", que são pacotes legislativos para a coordenação económica da União Europeia e da zona euro, sobre os quais aceita toda a arquitetura do semestre europeu.
O presidente fazia uma declaração informal, para os eurodeputados, num jantar em casa do ainda embaixador de Portugal junto do Conselho da Europa, Luís Castro Mendes. Em pé, ao lado esquerdo de Marcelo está Elisa Ferreira.
"Isto o mundo é pequeno, estava eu a falar de instituições financeiras, e acontece, quem sabe, se não haverá aqui perdas - enfim, relativas, porque há enriquecimentos noutras áreas -, de quem em qualquer caso tem posição muito útil para continuar a fazer a ponte com as instituições financeiras, no domínio financeiro", afirmou Marcelo, ainda assim, num tom contido.
O Presidente teceu ainda rasgados elogios aos representantes nacionais em Estrasburgo, lembrando que qualquer um deles já desempenhou papeis "de relevo" no Estado e frisar que entre eles há também há também "responsáveis e candidatos aos cargos mais importantes da sociedade portuguesa", salientando ainda suas "experiências muito importantes".
Marcelo insistiu nos desafios, de Portugal em relação à Europa, em matéria financeira. Sem nunca nomear a Caixa Geral de Depósitos, o Presidente pediu consenso "máximo" em relação ao sistema financeiro.
"O máximo que se puder consensualizar no domínio do sistema financeiro, é bom", defendeu Marcelo, considerando que um tal consenso fará com que o sistema financeiro deixe de "depender de governos e de flutuações conjunturais, ou mesmo de realidades orçamentais".
No discurso desta quarta-feira, no Parlamento Europeu, Marcelo pretende abordar "as preocupações da atualidade", como as "económicas, as geopolíticas - como as economias emergentes e os países produtores de petróleo -, e que têm incidência na vida europeia".