O Partido Movimento Democrático Brasileiro decidiu abandonar a coligação governamental brasileira.
Corpo do artigo
O partido mais representado no Governo do Brasil aprovou uma moção onde decidiu abandonar o executivo. A decisão foi tomada numa reunião que durou menos de quatro minutos.
O PMDB decidiu que os seis ministros que integravam a coligação devem agora demitir-se. Se não o fizerem serão alvo de processos disciplinares internos.
Tal como já havia sido anunciado, o líder do partido e vice-presidente do Brasil, Michel Temer, não participou na reunião.
O encontro foi presidido por Romero Jucá, um dos vice-presidentes do PMDB, que "ninguém no país está autorizado a exercer qualquer cargo federal em nome do PMDB".
Na reunião também esteve Eduardo Cunha, presidente do Câmara dos Deputados.
A decisão do PMDB torna mais remotas as possibilidades de sobrevivência do governo de Dilma Rousseff, que enfrenta um processo de destituição no Congresso Nacional.
O PMDB é o segundo partido a abandonar a coligação governamental. O primeiro foi o Partido Republicano Brasileiro (PRB).
PT reage
A decisão do Partido do Movimento Democrático Brasileiro de sair da coligação do governo da presidente Dilma Rousseff, foi alvo de fortes críticas de parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT).
O líder do governo no Senado, Humberto Costa, disse que a decisão do PMDB foi influenciada por Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, um inimigo declarado de Dilma Rousseff, filiado naquele partido.
Para Costa, a decisão do PMDB "tem as bênçãos de uma oposição que, derrotada em quatro eleições presidenciais consecutivas, quer chegar ao Palácio do Planalto pela sarjeta".
Costa referiu-se mesma à possibilidade de o vice-presidente Michel Temer, do PMDB, se tornar Presidente do Brasil, se o processo de destituição (impeachment) de Dilma Rousseff for concretizado.
O deputado 'petista' Paulo Pimenta alegou, num vídeo publicado no Facebook, que a iniciativa do PMDB foi uma manobra do partido para salvar Eduardo Cunha de um processo de perda de mandato instituído contra ele no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
"Eduardo Cunha cobrou e a oposição aceitou facilitar a sua salvação, apesar dos crimes que cometeu", sustentou.
Já o senador Lindbergh Farias classificou o abandono do PMDB como "uma conspiração explícita para golpear a democracia".