Mariano Rajoy não aceitou a indigitação do Rei de Espanha. O primeiro-ministro espanhol revelou, esta sexta-feira, que mantém a candidatura a presidente do Governo, mas que recusa apresentar-se já porque "existe uma maioria absoluta" contra si.
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O presidente do Partido Popular (PP) espanhol, Mariano Rajoy, declinou o convite do Rei de Espanha de se submeter a votação de investidura no Congresso dos Deputados, informou a Casa Real espanhola.
A votação marcaria o início do processo de formação do novo governo espanhol.
Mariano Rajoy referiu que atualmente "ainda não tem os apoios necessários" e recordou que esta manhã o partido de esquerda Podemos propôs um governo de coligação com o Partido Socialista (PSOE) e com o Izquierda Unida.
"Não só não tenho uma maioria, como sei que existe uma maioria absoluta contra, com pelo menos 180 deputados", disse Rajoy, numa referência aos partidos que terão manifestado vontade de votar contra a sua investidura.
O primeiro-ministro espanhol disse afirmou que mantinha a sua candidatura a presidente do governo, mas ainda não tinha conseguido apoios para concretizar esse objetivo.
"A todos os espanhóis, digo que não tenho os votos e portanto não faz nenhum sentido que me apresente (no parlamento) apenas para que comece a correr o prazo de dois meses que dá a Constituição" para que os deputados escolham um presidente do Governo. Se em dois meses não houver novo governo, Espanha avança para novas eleições.
O Podemos, liderado por Pablo Iglesias, propôs hoje integrar um governo "de mudança" em Espanha juntamente com os socialistas do PSOE e com os comunistas do Izquierda Unida, tendo transmitido essa intenção ao Rei Felipe VI.
O líder do Podemos acrescentou que, nesse eventual "governo de mudança", seria vice-presidente e que o secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, seria presidente.
"Decidimos tomar a iniciativa e dar um passo em frente. Este não é o momento para meias-tintas. Ou se está pela mudança ou pelo imobilismo e o bloqueio". (...) "Se o PSOE quiser, pode haver um governo de mudança", declarou Iglesias.
Na resposta, o secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, recusou dizer se aceitaria esta proposta - que incluiu mesmo nomes para ministros - e disse que apenas falaria quando Rajoy perdesse a votação de investidura.
O PP de Mariano Rajoy ganhou as eleições espanholas a 20 de dezembro, com 123 deputados mas sem maioria absoluta. O PSOE conseguiu 90 deputados e o Podemos e as suas formações regionais 69 assentos, o que obriga qualquer um dos partidos a acordos pós-eleitorais.
O PP de Mariano Rajoy ganhou as eleições espanholas a 20 de dezembro, com 123 deputados mas sem maioria absoluta. O PSOE conseguiu 90 deputados e o Podemos e as suas formações regionais 69 assentos, o que obriga qualquer um dos partidos a acordos pós-eleitorais.
Ao longo da semana Felipe VI recebeu 14 líderes de formações políticas que elegeram deputados ao parlamento nacional espanhol nas eleições de 20 de dezembro. O último foi o líder da formação mais votada, Mariano Rajoy (PP, direita conservadora no poder).