Vladimir Putin alertou esta terça-feira contra as "provocações" com armas químicas que disse estarem em preparação na Síria para pôr em causa o Presidente Bashar al-Assad.
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"Temos informações de diversas fontes indicando que semelhantes provocações, e não posso qualificá-las de outra forma, também estão a ser preparadas em outras regiões da Síria, incluindo nos arredores sul de Damasco", afirmou o presidente russo numa referência ao presumível ataque químico de Khan Cheikhoun no início de abril.
Em declarações aos jornalistas, Putin comparou as recentes acusações de um ataque químico atribuídas ao Governo sírio às justificações utilizadas pelos Estados Unidos em 2003 para invadir o Iraque, e disse que Moscovo vai apelar às Nações Unidas para investigarem o incidente em Khan Cheikhoun, que terá provocado mais de 80 mortos e centenas de feridos.
O Presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou uma ação militar de retaliação contra as forças sírias, considerado o primeiro ataque direto a Damasco desde o início da guerra em 2011. Na madrugada da passada sexta-feira, navios de guerra norte-americanos dispararam 59 mísseis de cruzeiro em direção à base síria de onde, segundo os EUA, terá sido desencadeado o ataque.
Os mais recentes desenvolvimentos coincidem com a programada deslocação a Moscovo do chefe da diplomacia de Washington.
Ainda hoje, a Rússia apelou aos Estados Unidos que mantenham uma "cooperação construtiva" e não uma atitude de "confrontação", poucas horas antes da chegada de Rex Tillerson, na sua primeira visita na qualidade de secretário de Estado norte-americano.
A diplomacia russa indicou em comunicado aguardar "negociações produtivas" com Tillerson, que deve aterrar em Moscovo ao início desta tarde para uma visita oficial de dois dias. Em paralelo, uma porta-voz da diplomacia russa anunciava que os ministros dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Irão e Síria vão reunir-se no final desta semana em Moscovo.
"Está previsto para o final de semana em Moscovo um encontro tripartido dos chefes da diplomacia russa, Serguei Lavrov, síria, Walid Mouallem, e iraniana, Mohammad Javad Zarif", declarou à agência noticiosa France Presse.