O Presidente norte-americano, Donald Trump, considerou "muito imperfeitas" as sanções contra Moscovo aprovadas pelo Congresso mas acabou por promulgar estas medidas.
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Apesar de Trump dizer que as sanções contra Moscovo poderem "aproximar a China, a Rússia e a Coreia do Norte", Trump deu o aval à Lei do Congresso.
"Ao limitar a margem de manobra do Governo, esta lei reduz a capacidade dos Estados Unidos para concluir bons acordos para o povo americano", afirmou em comunicado o Presidente dos Estados Unidos, criticando o Congresso.
"Contudo, apesar desses problemas, promulgo esta lei em nome da unidade nacional. Ela representa a vontade do povo americano de ver a Rússia tomar medidas para melhorar as relações com os Estados Unidos", acrescentou Trump, sobre o diploma que impõe duras sanções para "punir e impedir comportamentos negativos dos regimes de Teerão e Pyongyang" e aprofunda as sanções já impostas a Moscovo.
Estas sanções, surgem em consequência da anexação da Crimeia e devido a ingerência russa na Ucrânia, incidem nomeadamente sobre o setor energético russo.
Além de uma resposta imediata das autoridades russas, elas provocaram igualmente críticas no interior da União Europeia, que teme pelo seu abastecimento de gás e condena uma ação unilateral.
O diploma inclui ainda sanções contra o Irão e a Coreia do Norte.
O executivo norte-americano não escondeu as suas dúvidas antes da adoção das novas sanções pelo Congresso, numa altura em que Washington tenta estreitar as suas muito tensas relações com Moscovo.
Mas os parlamentares norte-americanos aprovaram o seu texto na semana passada quase por unanimidade e Trump decidiu então não o vetar, porque o Congresso facilmente o faria passar apesar da rejeição presidencial, obtendo, numa nova votação do seu projeto de lei, uma maioria de dois terços.
O Presidente promulgou o diploma com as novas sanções longe das câmaras.
"Dissemos claramente que não pensamos que isto beneficie os nossos esforços, mas a decisão é deles e creio que o Presidente a aceita", disse na terça-feira o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, sobre a votação dos deputados.
A reação da Rússia não se fez esperar, tendo surgido ainda antes da promulgação de Donald Trump, na sexta-feira, quando Moscovo anunciou para breve uma redução drástica da presença diplomática dos Estados Unidos no seu território: Washington deverá reduzir, a partir de 01 de setembro, dos atuais 755 para 455 o número de funcionários efetivos destacados em embaixadas e consulados.
"As relações atingiram o seu ponto mais crítico desde o fim da Guerra Fria e podem deteriorar-se mais ainda", disse na terça-feira Rex Tillerson, temendo que esse agravamento ocorra com "os acontecimentos desta última semana".
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos terá um encontro bilateral com o seu homólogo russo, Sergei Lavrov, durante o próximo fim de semana, à margem de uma reunião em Manila.