O jogo de sábado com a Áustria será, em tudo, diferente do de abertura, contra a Islândia. Portugal terá, na teoria, menos dificuldades na construção de jogo do que no primeiro desafio.
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As características dos jogadores são diferentes, e o jogo será menos físico e direto. Segundo Fernando Santos, e eu concordo, os austríacos gostam mais de ter a bola no pé do que os islandeses, e isso pode ser bom, caso Portugal consiga impedir que jogadores como Alaba e Arnautovic consigam sair a jogar.
Por outro lado, exige-se mais "agilidade mental", na primeira fase de construção do jogo, e nesse particular, parece-me que William Carvalho, embora mantenha a característica de jogador mais posicional (necessário para manter o equilíbrio da equipa), possui esse argumento.
Dá muitas vezes a sensação que, ainda antes do momento da recuperação da bola, já sabe a quem a entregar, algo que ainda faltará a Danilo, eventualmente fruto de diferentes dinâmicas, adquiridas durante a temporada ao serviço do seu clube. Esta poderá ser a primeira mudança.
Com Ricardo Quaresma perfeitamente recuperado, coloca-se a questão de saber se vai a jogo de início, ou se Fernando Santos mantém Nani (homem do jogo contra a Islândia), ao lado de Cristiano Ronaldo.
É verdade que Nani pode ocupar um dos lugares nas alas, atualmente entregues a João Mário e a André Gomes, tendo já, por mais de uma vez, provado que se adapta perfeitamente à necessidade de fazer bem o jogo interior, libertando espaço para o aparecimento dos laterais na linha em projeção ofensiva. Pode ser um problema para Fernando Santos, ter tantos jogadores com "pés de veludo".
E a lateral direita? Vieirinha cometeu um erro contra a Islândia, que custou um ponto. Houve descoordenação. Pepe assumiu marcação direta e Vieirinha, zonal. Resultado: Pepe acompanhou sempre Sigthorsson e Veirinha deixou fugir Bjarnason nas suas costas.
Colocar Cedric no onze pode ter, aos olhos da opinião publica, a leitura de um imerecido castigo a Vieirinha, mas, na minha opinião, o lateral direito do Southampton, acrescenta mais profundidade ao corredor direito, tal como, na esquerda, Raphael Guerreiro já fez esquecer o ausente Fábio Coentrão.
Sejam quais forem as opções de Fernando Santos, certo é que há que mudar, sem revolucionar, contra a Áustria.