O escritor esteve no campo de concentração de Buchenwald e foi ministro espanhol da Cultura entre 1998 e 1991. O editor Manuel Alberto Valente disse à TSF que passou um dos «momentos marcantes» da sua vida com Semprún e Mário Soares.
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O escritor e ex-ministro espanhol da Cultura Jorge Semprún morreu, esta terça-feira, aos 87 anos, na sua casa de Paris, anunciaram os media espanhóis.
Semprún ingressou no Partido Comunista espanhol em 1942 e combateu o nazismo ao lado da Resistência Francesa, acabando por ser deportado para o campo de concentração de Buchenwald.
Após a sua libertação foi viver para Paris, onde foi recebido como herói, e acabou por ser expulso do Partido Comunista nos anos 60, depois de se ter demarcado do estalinismo.
Em Espanha, Semprún, que se licenciou na Universidade de Sorbonne, em Paris, foi ministro da Cultura entre 1988 e 1991 no governo do socialista Felipe Gonzalez e escreveu obras em castelhano e francês.
Ouvido pela TSF, Manuel Alberto Valente, que foi editor de Semprún em Portugal até 2008, nas edições Asa, considerou que «desapareceu um dos grandes intelectuais europeus do séc. XX».
«Era realmente uma personagem excepcional com um percurso excepcional e tive sobretudo a sorte de ter vivido com ele um jantar em casa de Mário Soares, que era um grande amigo dele», recordou.
Dessa noite, este editor recordou a conversa entre Soares e Semprún, que disse ter sido «um dos momentos mais marcantes da minha vida, porque eram dois homens que tinham atravessado os grandes combates, problemáticas e discussões do séc. XX».