Os presidentes das câmaras de Coimbra e Grândola concordam com a decisão de retirar as prisões destas cidades. Carlos Encarnação diz que não faz sentido existir uma prisão em Coimbra, ao passo que Carlos Beato assegura que a prisão de Pinheiro da Cruz não será usada para a exploração turística.
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Os autarcas de Coimbra e de Grândola concordam com a ideia do Governo em retirar as prisões dos centros destas cidades passando estas para a periferia com a construção de novos estabelecimentos prisionais.
Ouvido pela TSF, o presidente da câmara de Coimbra entende que não faz sentido existir uma prisão de alta segurança na cidade, apesar da valia histórica do edifício em que está instalado.
«Trata-se de uma área de seis hectares implantada no centro de Coimbra que tinha uma área verde à volta do edifício histórico principal, mas que tem sido sucessivamente ocupada por construções que deram lugar a um novo estabelecimento prisional», explicou Carlos Encarnação.
Para o autarca de Coimbra, qualquer alteração que seja feita no local custa muito dinheiro e acaba por «não devolver qualidade nem aos funcionários do Ministério da Justiça que ali trabalham nem aos presos que não têm condições nesta altura».
Já o presidente da Câmara Municipal de Grândola entende que o estabelecimento prisional de Pinheiro da Cruz deve deixar de ser usado como prisão, mas defende que não deve ser utilizada para exploração hoteleira e turística.
«Deviam ser postas à fruição pública de muitos projectos que fariam ali muito interesse, jeito e sentido, ou seja, uma escola de indústria hoteleira, um polo universitário ou um espaço onde se pudesse afirmar os valores da liberdade e do 25 de Abril que tem a ver com Zeca Afonso e o concelho», acrescentou Carlos Beato.
Por seu turno, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carmona Rodrigues, mostrou-se satisfeito com a intenção do Governo de retirar as prisões da capital, mas lembrou que será necessário alterar o Plano Director Municipal (PDM).