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A Embraer admitiu, numa nota de rodapé de um comunicado, que as estimativas para a implementação de duas fábricas de componentes de avião em Évora podem não se concretizar, em pontos como o plano de investimento.
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A Embraer, a empresa que vai instalar duas fábricas de componentes de aviação no Alentejo e o terceiro maior construtor mundial de aviões, admitiu que as estimativas para o projecto em Portugal podem não acontecer.
O alerta foi dado numa nota de imprensa distribuída, este sábado, no Centro Cultural de Belém (CCB), durante a cerimónia de apresentação do projecto, que contou com o primeiro-ministro português, José Sócrates, e o Chefe de Estado brasileiro, Lula da Silva.
Em letra pequena numa nota de rodapé do comunicado, a empresa informa que o documento pode conter projecções sobre circunstâncias ou eventos ainda não acontecidos, sendo que essas estimativas estão sujeitas a «riscos, incertezas e suposições» sobre vários aspectos.
Entre os pontos que levantam dúvidas à empresa destaca-se o plano de investimento e a capacidade de entrega dos produtos que a empresa fabrica nas datas previamente acordadas.
Assim sendo, a Embaier escreve que não se sente «obrigada» a publicar actualizações, nem a rever estimativas e sublinha que este argumento dos riscos e incertezas inerentes leva a concluir que as estimativas e as previsões podem não acontecer, justificando que os resultados reais podem diferir substancialmente das expectativas agora criadas.
A empresa brasileira de aeronáutica é líder da fabricação de jactos comerciais até 120 lugares e prevê criar cerca de 3500 postos de trabalho com a implementação das duas fábricas em Portugal.
Confrontado pelos jornalistas, o presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado, explicou que a nota de rodapé significa apenas que a empresa tem de enfrentar os riscos inerentes à indústria aeronáutica, um sector que atravessa alguma turbulência, sublinhando que o projecto para Portugal não está em causa.