PSD e CDS/PP consideram que a saída de Freitas do Amaral já deveria ter acontecido há mais tempo, com o CDS a defender que o primeiro-ministro deveria ter aproveitado para fazer uma remodelação maior. O Bloco de Esquerda espera agora por mudanças na pasta dos Negócios Estrangeiros enquanto o PS tece elogios ao desempenho do ministro demissionário. O PCP reservou para mais tarde um comentário sobre a situação.
Corpo do artigo
O secretário-geral do PSD, Miguel Macedo, não comenta as razões apontadas por Freitas do Amaral para a sua demissão mas, ainda assim, faz algumas críticas ao ministro demissionário considerando que Freitas já devia ter saído do Executivo à mais cedo.
«De há vários meses a esta parte têm sido assinaladas criticas a desacertos graves, no plano da política externa do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros. E de há meses também, vários observadores anteviam a saída do ministro dos negócios estrangeiros», disse.
Miguel Macedo faz notar sinais de fragilidade no núcleo duro do Executivo recordando que, no espaço de um ano, é a segunda vez que saiem do Governo ministros de Estado.
No que respeita às substituições, o PSD não faz qualquer comentário sobre as escolhas sustentando que apenas comenta políticas e não pessoas.
Já o CDS-PP, na voz do líder parlamentar, faz algumas recomendações aos novos titulares das pastas dos Negócios Estrangeiros e Defesa.
«Esperamos, no que toca ao MNE, se consiga restabelecer o consenso euro-atlântico à volta da política externa, que tinha sido rompido durante este empo de legislatura. Na Defesa desejar que não aconteça agora o que sucedeu durante os tempos de governação guterrista com cinco ministros em seis anos. Esta não pode uma pasta sucessivamente debilitada», disse Nuno de Melo.
Quanto à saída de Freitas do Amaral, Nuno Melo lembrou que o próprio CDS já tinha suscitado em plenário esta demissão e lamentou que José Sócrates não tenha ido mais longe e «aproveitado para fazer uma remodelação mais profunda».
Quanto ao Bloco de Esquerda, Francisco Louça espera agora por mudanças nos Negócios Estrangeiros. No que respeita à Defesa, Louça lembra que Severiano Teixeira sendo um independente é um nome da confiança dos socialistas.
Da parte do PS surgem palavras elogiosas para Freitas do Amaral. Alberto Martins lembra o prestígio internacional do ministro demissionário e os resultados alcançados durante as negociações dos fundos estruturais «que tiveram um resultado para Portugal muito positivo».
Sobre as razões apontadas para a demissão de Freitas, o PS diz que são razões para além de imprevisíveis também entendíveis.
Apenas o PCP optou por não fazer qualquer comentário no Parlamento, adiando para mais tarde, na sede do partido, um comentário sobre a demissão de Freitas do Amaral.