
Pedro Nunes /Lusa
Uma resposta em jeito de aviso, ao alerta que chegou do governo pela voz de Mário Centeno. O BE é sensível às dificuldades económicas, mas não está disponível para que o Estado pague a bancos falidos.
Pela manhã, a TSF deu conta do recado do Governo aos partidos à esquerda: não esperem boas notícias do Programa de Estabilidade. Não há margem para novo braço-de-ferro com Bruxelas.
Na resposta, Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda reconhece que "Portugal não está a viver uma situação fácil. Nós temos um acordo de maioria parlamentar para ter uma estratégia diferente da que foi seguida nos últimos anos. E que em vez de resolver os problemas só fragilizou mais a economia portuguesa".
"Essa é uma estratégia assente com respeito nos rendimentos do trabalho e em que é preciso criar-se emprego, e aqui temos dito, preciso coragem para fazer investimento público, para que Portugal tenha capacidade reprodutiva e tenha emprego".
À interpelação sobre a necessidade de maiores restrições orçamentais, Catarina Martins respondeu "Portugal está a viver já muitas restrições orçamentais. Se são mais restrições para salvar a banca, talvez seja má ideia. Temos feito assim até agora e sem grande resultado".
Nestas declarações registadas esta manhã, pela SIC Notícias, a coordenadora do Bloco de Esquerda lamentou, ainda, a forma foi anunciado o nome Elisa Ferreira para o cargo de vice-governadora do Banco de Portugal.
Catarina Martins diz que há cargos que, de tão relevantes, mereciam outro tipo de cautelas. "Estranho o anúncio feito pelo Presidente da República. Seria mais saudável para a democracia se houvesse uma indicação formal". Sobre o nome, referiu, apenas, que o nome de Elisa Ferreira "merece respeito".
Outro tema abordado foi a contratação de Diogo Lacerda Machado, amigo de António Costa que tem participado em várias negociações públicas, como as da TAP, do papel comercial emitido pelo Grupo Espírito Santo e ainda no divórcio entre Caixa Bank e Isabel dos Santos numa busca de solução para o BPI. Catarina Martins repetiu a ideia defendida pelo BE, de que o mais importante é "transparência acima de tudo".
Sobre as eleições autárquicas, que se realizam em no próximo ano, Catarina Martins foi questionada sobre a possibilidade de uma candidatura de Mariana Mortágua para a Câmara de Lisboa. O dirigente do Bloco descarta a hipótese, já que a deputada "tem feito um bom serviço na área das finanças. É muito necessária onde está".