"Estamos a reflectir", diz Carlos César sobre continuidade do Governador do BdP

Carlos César
Miguel A. Lopes/Lusa
Líder parlamentar do PS reitera que o Banco de Portugal (BdP) devia ter tido outra atitude no campo da supervisão. Conselho de Finanças Públicas é "especialista em maus augúrios", diz, sobre o défice.
O líder parlamentar do PS, Carlos César, revelou esta quarta-feira que os socialistas estão a refletir sobre os novos dados relativos a atuação de Carlos Costa no processo Banco Espírito Santo (BES) e sobre se o Governador do Banco de Portugal tem, ou não, condições para continuar no cargo.
"Se as pessoas se derem ao trabalho de fazerem uma retrospetiva sobre o tratamento dessa questão por parte do PS, vão concluir que, na oportunidade, este partido deu a sua opinião, salientando que o Banco de Portugal podia e devia ter tido uma intervenção nesse sentido. Mas a matéria está a ser objeto de reflexão por quem a deve fazer", declarou o presidente dos socialistas.
À saída da reunião do grupo parlamentar do PS, no parlamento, Carlos César foi confrontado com a primeira parte da reportagem da SIC, emitida na quarta-feira, e que dava conta de que, já em novembro de 2013, poucos meses antes da resolução, o Banco de Portugal (BdP) já tinha informação de que o BES estava à beira da falência.
Apontando "falhas de supervisão" neste e "noutros casos", o líder da bancada socialista diz, por isso, que os novos dados sobre o caso BES "confirmam aquilo que o PS defendeu em devido tempo".
"Confirma a justeza daquilo que o PS defendeu, sobretudo através do deputado João Galamba", insistiu.
Carlos César diz que Conselho de Finanças Públicas é "especialista em maus augúrios"
O líder parlamentar do PS e presidente do partido, Carlos César, aponta o dedo ao Conselho de Finanças Públicas (CFP), e acusa este, mas também alguns organismos internacionais, de serem especialistas em "maus augúrios".
Esta quinta-feira, em entrevista à Rádio Renascença e ao jornal Público, Teodora Cardoso, a presidente do CFP, defendeu que o défice de 2,1% alcançado em 2016 - e que deverá retirar Portugal dos Procedimentos por Défices Excessivos - "foi um milagre" obtido à custa de "medidas que não são sustentáveis".
Em resposta, Carlos César insistiu nos bons resultados do Governo, dizendo-se satisfeito pelas previsões que davam conta de números menos positivos para o país.
"Para felicidade de todos nós, têm falhado. O país hoje está confrontado com resultados muito positivos em matérias de crescimento económico, aumento do investimento, aumento do consumo interno e das exportações, ao mesmo tempo que foram criados mais de cem mil postos de trabalho líquidos ao longo do último ano", disse, acrescentando: "O CFP, tal como em algumas ocasiões a OCDE ou o FMI, têm-se especializado em maus augúrios para o país".