
Eduardo Vítor Rodrigues
CM Gaia
A Câmara de Gaia passou para o "verde" no limite legal de endividamento, anunciou hoje o presidente da autarquia
De acordo com Eduardo Vítor Rodrigues será possível no próximo ano não ultrapassar os 154 milhões de euros em passivo.
"Passamos para o verde no limite do endividamento", revelou hoje o presidente da Câmara de Gaia, explicando que sendo o limite legal igual a uma vez e meia o seu orçamento, para 2017 o passivo não irá ultrapassar os 154 milhões de euros, que comparam com 240 milhões de 2013.
Eduardo Vítor Rodrigues destacou que desde que assumiu a liderança da Câmara de Gaia, em outubro de 2013, foi possível "diminuir o passivo municipal em cerca de 80 milhões de euros" e agora "estabilizar o município".
"Temos agendada para 2017 a transição do vermelho para o verde e estamos no grupo dos municípios que honra os seus compromissos", realçou o autarca durante uma sessão de balanço da ação educativa municipal entre 2014 e 2016.
Paralelamente, será possível eliminar o pagamento de juros de mora, algo que em 2014 chegou aos 1,6 milhões de euros, correspondendo a um "volume de dinheiro de desperdício em má gestão" que contribuiu para o "pré-colapso financeiro em que o município vivia".
O autarca criticou a acumulação dos juros de mora pelo anterior executivo e prometeu aplicar nas áreas da educação e ação social as verbas que serão poupadas com o pagamento atempado a credores.
Entre as medidas prometidas estão a entrega das fichas de exercícios aos alunos do primeiro ciclo (complementada pela prometida oferta pelo Governo dos manuais escolares) e o alargamento do programa de apoio ao segundo e terceiro ciclos, com a oferta de quatro manuais escolares.
Ainda no âmbito da educação, Vítor Rodrigues quer criar estágios profissionais remunerados na câmara e empresas municipais para alunos de Gaia que terminem o 12.º ano ou que terminem um curso superior e tenham dificuldades em entrar no mercado de trabalho.
Sobre a ação do atual executivo na área da educação, realçou que desde 2014 foram investidos cinco milhões de euros na reabilitação de 44 das 105 escolas do ensino básico e jardins-de-infância do concelho.
Para o próximo ano está prevista a comparticipação com cerca de 1,5 milhões de euros para as obras de reabilitação de três escolas de segundo e terceiro ciclos do concelho (Costa Matos, Sophia de Mello Breyner e Valadares) e que estão orçadas em oito milhões de euros.
Vítor Rodrigues assinalou que este sistema de manutenção de escolas deve ser um "modelo para o país" e que deve preparar-se uma "mudança de paradigma", apostando em intervenções e trabalhos nos equipamentos já existentes, em vez de apostar nas grandes infraestruturas.
"À medida que evoluirmos, teremos mais despesa corrente, mas boa despesa corrente, de reabilitação e manutenção do edificado" e não "as dos 'boys' e do despesismo", frisou.