Numa carta de resposta enviada ao PS, a que a TSF teve acesso, o líder do PSD mantém a disponibilidade para atingir uma solução de governo que inclua o PS e desafia António Costa a enviar soluções realistas que permitam viabilizar um entendimento com a coligação.
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Pedro Passos Coelho respondeu à carta enviada pelo PS, considerando que o documento enviado pelo Partido Socialista frustra as expectativas de todos os que contavam com novas conversas.
Apesar das criticas, nesta missiva, Passos Coelho desafia o PS a clarificar se quer negociar como membro de uma coligação de governo mais alargada que inclua também o Partido Socialista, além da coligação PSD -CDS. Uma possibilidade que - sublinha Passos- a coligação nunca excluiu.
Mas este desafio vem acompanhado da exigência de que o PS apresente uma contra-proposta objectiva que inclua programa, medidas concretas e um método para as conversações.
Leia, na íntegra, a carta de resposta de Passos Coelho a António Costa
Até agora, começa por escrever Passos Coelho, por parte do PS apenas chegou "um ostensivo reparo e crítica" e nenhuma contra proposta que sinalize a disposição socialista para um entendimento. "Frustra as expectativas de todos aqueles que contavam com a prossecução das conversas" entre sociais-democratas, centristas e socialistas, adianta Passos Coelho.
O líder do PSD, e primeiro-ministro em exercício, aproveita também para responder às críticas de António Costa sobre as "omissões" de informação sobre as contas nacionais.
Passos Coelho escreve que a coligação "não hesitou" em fornecer, "sem demora", a "vasta informação económico-financeira", "no limite da sua disponibilidade".
Passos lamenta e reprova que o PS não esteja a utilizar essa informação para aprofundar as negociações mas antes para "propaganda política". Nesta carta de três páginas, o presidente social-democrata acusa o PS de "preferir agir com a extrema esquerda" a negociar com partidos "europeístas", e de ter trocado a razoabilidade pelo radicalismo.
Passos relembra que foi a coligação quem venceu as eleições, o PS perdeu e não pode exigir que a coligação governe com o programa socialista.
O líder do PSD insiste nos sinais de boa vontade negocial por parte da coligação reitera a disponibilidade para um "acordo de princípio rumo à estabilidade e governabilidade".