PCP leva hoje a debate o "sistema financeiro e controlo público da banca", com a mira em temas como a Caixa Geral de Depósitos, o fim dos paraísos fiscais e o reforço das regras de supervisão.
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"Podíamos marcar este debate para quando rebentasse o próximo banco, para quando houvesse uma nova comissão de inquérito, mas é preciso também discutir nesta fase, em que ainda se podem tomar medidas para impedir e evitar novos colapsos", diz à TSF o deputado comunista Miguel Tiago.
O PCP entende que não insistir agora numa discussão sobre o sistema financeiro pode levar a que se repitam e repliquem casos como o BES ou o Banif e, nesse sentido, agendou para hoje um debate sobre o "sistema financeiro e controlo público da banca".
Durante o debate, os comunistas vão voltar a insistir na defesa de matérias como a nacionalização da banca - e aqui o controlo pelo Estado do Novo Banco e da Caixa Geral de Depósitos -, a taxação de operações financeiras realizadas com paraísos fiscais ou o reforço das regras de supervisão.
Miguel Tiago, deputado e atual coordenador do grupo parlamentar do PCP na Comissão de Inquérito ao caso Banif, considera que há uma "necessidade urgente" de repensar o sistema financeiro e de "resgatar o sistema financeiro das mãos dos grandes grupos económicos".
"A poupança dos portugueses e os recursos financeiros do país devem ser geridos ao serviço do interesse do país e não de um ou outro banqueiro", sublinha.
No que diz respeito ao Novo Banco, esta quinta-feira, durante o debate quinzenal - e depois de uma questão da porta-voz do BE, Catarina Martins, sobre o futuro da instituição -, o primeiro-ministro, António Costa, disse que ainda não há um modelo definido sobre a venda e que o executivo socialista não fecha nenhuma porta.
Pelo PCP, Miguel Tiago diz que se trata de um "primeiro passo", diferente daqueles que eram dados pelo anterior Governo, mas pede mais ao atual executivo.
"É preciso ir mais longe, é preciso perceber que não se trata de uma mera operação contabilística de ver se, no imediato, o Estado consegue arrecadar mais 50 milhões ou menos 50 milhões de euros, trata-se de perceber até que ponto vamos continuar a limpar bancos para entregá-los a bancos maiores", salienta o deputado.
Ainda durante o debate do Orçamento do Estado para 2016, o PCP já tinha apresentado uma proposta para a manutenção do Novo Banco na esfera pública.