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Entre os social-democratas há já uma voz a exigir a demissão do ministro das Finanças. Paulo Rangel diz que Centeno "mente descaradamente" e que não tem condições para continuar no Governo.
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O eurodeputado Paulo Rangel diz já não ter dúvidas de que o ministro das Finanças mentiu e por isso "não lhe resta outra solução senão a demissão". Mário Centeno tem vindo a ser acusado pelos partidos de direita de ter mentido quando disse desconhecer as razões da saída do anterior presidente da CGD, António Domingues.
Esta quarta-feira, num debate na Assembleia da República, o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, recordou a troca de correspondência entre o anterior presidente da CGD e o ministro das Finanças, noticiada nesse dia pelo jornal 'online' ECO, segundo a qual António Domingues teria acordado com Mário Centeno a dispensa de apresentar a sua declaração de rendimentos ao Tribunal Constitucional.
Paulo Rangel, eurodeputado social-democrata, diz agora que essa troca de cartas prova que Mário Centeno mentiu.
Paulo Rangel acrescenta ainda que aguarda com curiosidade pelas posições do Bloco de Esquerda e do PCP sobre este assunto e que se o primeiro-ministro não afastar Mário Centeno será cúmplice de uma conduta reprovável.
Antes destas declarações, o Governo tinha recusado tirar conclusões sobre a posição de um ministro "com base em compromissos que terceiros alegam que ele tem", escusando-se a comentar a nova ida do ministro das Finanças à comissão de inquérito da CGD.
O PSD apresentou esta quinta-feira um requerimento potestativo para ouvir novamente o ministro das Finanças, Mário Centeno, na comissão parlamentar de inquérito sobre a gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD).
"O assunto já foi debatido ontem [quarta-feira] na Assembleia da República e como disse o senhor primeiro-ministro não tiramos conclusões sobre a posição de um nosso ministro com base em compromissos que terceiros alegam que ele tem", respondeu a ministra da Presidência aos jornalistas na conferência de imprensa do Conselho de Ministros de hoje.
Maria Manuel Leitão Marques escusou-se a fazer qualquer comentário ao pedido do PSD hoje conhecido, reiterando que "a Caixa Geral de Depósitos tem uma nova administração" e que é nisso que o Governo está concentrado.