Renovação da rede de sensores de descargas elétricas vai demorar 3 anos e chegar, pela primeira vez, à Madeira e aos Açores.
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O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) vai renovar toda a rede do sistema de deteção de descargas elétricas atmosféricas, chegando, pela primeira vez, à Madeira e aos Açores.
A renovação vai acontecer nos próximos três anos e, segundo o presidente do IPMA, não tem nada a ver com o caso de Pedrógão Grande pois já estava prevista há algum tempo. Miguel Miranda explica que atualmente Portugal Continental tem quatro sensores em Braga, Castelo Branco, Olhão e Alverca, este último desativado há algum tempo.
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Foram os três sensores portugueses em funcionamento, conjugados com os espanhóis perto da fronteira, que permitiram ao IPMA concluir, no relatório pedido pelo primeiro-ministro, com uma probabilidade de 95%, que não existiu qualquer raio a cair em Escalos Fundeiros, onde começou o incêndio de Pedrógão Grande que matou 64 pessoas.
O presidente do IPMA explica à TSF que os sensores são antigos, têm mais de 20 anos, e começam a ter avarias, pelo que é preciso renová-los com tecnologia mais moderna.
Miguel Miranda garante, no entanto, que se os sensores fossem mais modernos e mesmo que o sensor de Alverca estivesse a funcionar não teria sido possível obter resultados mais precisos que aqueles que obtiveram na análise do que se passou em Pedrógão Grande.
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O responsável do IPMA salienta que a mudança mais relevante neste processo de renovação dos sensores de descargas elétricas será a colocação de sensores na Madeira e nos Açores, regiões que atualmente não têm esta tecnologia.
Miguel Miranda defende que o caso de Pedrógão Grande é um exemplo de como estes sensores e todos os radares meteorológicos do país são muito importantes, apesar de com frequência "as pessoas não perceberem para que servem".