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José Manuel Paquete de Oliveira, morreu neste sábado em Lisboa, aos 79 anos, vítima de doença prolongada.
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Sociólogo, Paquete de Oliveira foi provedor do leitor do Público e ex-provedor do telespetador da RTP.
Madeirense, casado e pai de dois filhos, depois de ter começado por ser padre, dizia ter andado sempre "perto de jornais, rádio, televisão". Com 23 anos, foi chefe de redação do "Jornal da Madeira", onde permaneceu até 1966.
Licenciou-se em Ciências Sociais, ramo Sociologia, na Universidade Gregoriana de Roma. Passou pelo "Diário de Notícias da Madeira" antes de decidir vir, em 1976, para o continente.
Em 1989, doutorou-se em Sociologia da Comunicação e da Cultura pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, através da Universidade Técnica de Lisboa (1989).
Em declarações à TSF, o jornalista Vicente Jorge Silva foi amigo de Paquete de Oliveira, desde os tempos da juventude e de início de profissão como jornalistas. Vicente Jorge Silva confessa que perde um irmão, alguém com que tinha uma relação fraternal e com um espírito muito livre.
Autor e co-autor de vários livros e muitas publicações sobre media, Paquete de Oliveira participou em diversos projetos de investigação científica internacional sobre comunicação social. Foi membro do Conselho Consultivo do Instituto Civil de Autodisciplina da Publicidade.
Bárbara Reis, diretora do Jornal Público lembra a voz "culta e ponderada" como o sociólogo olhava para o jornalismo e o impacto que tinha na sociedade.
"Sempre teve um estilo muito sereno de quem quer ouvir todos e não quer impor a sua certeza", diz Bárbara Reis, assinalando a forma como Paquete de Oliveira se despediu através de uma carta aos jornalistas e leitores do jornal.
Numa nota enviada à agência Lusa, o Presidente da República lamenta a morte do sociólogo Paquete de Oliveira e considera-a "uma perda para a comunidade académica e para o mundo da comunicação social portuguesa".
Marcelo Rebelo de Sousa recorda que, enquanto Provedor, "foi a voz de leitores e telespectadores". "Paquete de Oliveira deixa um contributo incontornável no jornalismo, na universidade, na investigação relativa aos 'mass media'".