Claustros do Mosteiro de Santa Clara a Velha estão de novo submersos e o portão que está virado para o Mondego já não aguenta a pressão e vai deixando entrar a água. A zona verde do Mondego também voltou a estar submersa.
Corpo do artigo
São prejuízos que se somam às contas que ainda não estavam feitas desde que há pouco mais de um mês o rio galgou as margens.
À TSF, Celeste Amaro, da Direção Regional de Cultura do Centro, diz que esta é uma cheia diferente da primeiras águas estão a inundar o mosteiro, mas de forma mais lenta. "Tem havido descargas normais da barragem. São completamente diferentes das outras. São as descargas normais devido a esta chuva intensa".
A diretora regional que ontem criticou a EDP e as descargas abruptas da Barragem da Agueira a 11 de janeiro, tem esperança que desta vez os níveis da água não sejam tão altos. "Todas as tampas pluviais estão a deitar água por fora. Está a ser afetado de forma mais lenta, não foi de repente que apareceram aqui milhões de litros. Não vai chegar à altura de cinco metros que chegou há um mês e esta água está a ser mais fácil de escoar do que anteriormente", assegura.
As águas do Mondego estão a entrar por outro sítio, de forma mais controlada, vão subindo. Celeste Amaro conta também que estão a ser preparados diques para aguentar a subida das águas prevista para as próximas horas.
Milton Dias, proprietário de um dos restaurantes que mora paredes meias com o convento, confessou à TSF estar desolado com a repetição do cenário em tão pouco tempo. "É desolador, é uma visão que não desejo a ninguém. Estávamos prontos para servir bastantes jantares e agora temos tudo de pernas para o ar", diz emocionado.
As primeiras cheias causaram-lhe prejuízos a rondar os 20 mil euros. Destas ainda não há contas feitas, mas poderão voltar a rondar o mesmo valor. Milton Dias diz que só será possível reabrir o restaurante, à partida na próxima terça-feira, e terá de contar com o trabalho intenso dos seus colaboradores e familiares.
Zona Verde tomadas pelo Mondego
Transformada numa zona castanha, a zona verde, conhecida pelos bares chamados de "docas de Coimbra", habitualmente com vista para o rio, é hoje o próprio rio.
A água está à altura dos balcões dos bares e a plataforma de madeira onde costumam estar as esplanadas, começa a desintegrar-se com a força do rio.
Agarrado a um chapéu de sol atracou um barco à vela. O barco de recreio veio desgovernado e ancorou-se na esplanada de um dos bares.
Também na zona verde, o urso gigante, que costuma ser a atração dos mais pequenos em dia de bom tempo, já toma banho e as águas do Mondego já chegam junto do ecrã gigante do parque, onde são transmitidos os jogos de futebol. Este ecrã está a cerca de 100 metros do curso normal do rio.
A zona está vedada apenas com uma fita de plástico da Polícia Municipal.