
D.R.
Olhar para a doação de ovócitos ou de esperma como se de sangue ou de medula se tratasse. É esse o objetivo de uma campanha inédita em Portugal.
A Associação Portuguesa de Fertilidade está a lançar esta semana uma campanha nacional junto do público universitário, cujo objetivo é apelar para a doação de óvulos e espermatozoides.
O número excessivamente baixo de doação de gâmetas masculinos e femininos para ajudar casais inférteis a engravidar está na origem desta campanha, como frisa Cláudia Vieira, presidente da Associação Portuguesa de Fertilidade.
Este ano, o número de dadores é praticamente nulo, faz notar Isabel Sousa Pereira, diretora do Banco Público de Gâmetas, no Porto (o único do país) que sublinha que neste momento a lista de espera é superior a 2 anos.
Por isso, a Associação está a sensibilizar os jovens universitários, que estão no auge da idade reprodutiva. A lei prevê uma compensação financeira pela dádiva, que deve ser altruísta.
Marta Casal já recorreu à doação de ovócitos e está a contar fazê-lo novamente. Aos 41 anos, já tentou engravidar 12 vezes. Começou as tentativas aos 30, com fertilização in vitro. Há dois anos, com um ovócito doado, conseguiu engravidar mas abortou. Já não tem o apoio do Serviço Nacional de Saúde, mas não baixa os braços na tentativa de cumprir o sonho de ser mãe.