Especialista faz o retrato àquilo que podemos esperar do tempo para as próximas semanas e até ao final de agosto.
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As previsões do Centro Europeu de Previsão do Tempo a Médio Prazo apontam para um verão de 2017 mais quente que o normal.
A análise é feita à TSF por Carlos Pires, professor de Climatologia e Meteorologia na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Até ao final de junho a previsão, relativamente certa, é que a temperatura fique em níveis abaixo da média histórica: um calor longe dos máximos do fim de semana passado e relativamente "agradável".
"O anticiclone dos Açores reposicionou-se e o tempo muito quente terá assim uma pausa devido a um vento Norte que trará uma massa de ar marítimo que vai descer pelo Atlântico... mas a pausa vai durar pouco e teremos de novo mais calor no início de julho apesar de se preverem valores bem mais baixos que os sentidos na última semana".
As temperaturas na primeira quinzena de julho deverão ficar 1 a 3 graus acima da média histórica de Portugal Continental.
À medida que o mês de julho avança a previsão é, naturalmente, menos certa (com maior probabilidade de erro), mas os modelos matemáticos usados pelos meteorologistas e pelo Centro Europeu apontam para um julho e agosto quentes, acima daquilo a que ficámos habituados no passado.
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Carlos Pires diz que o mais provável é termos um verão com temperaturas acima da média o que tem sido, aliás, comum nos últimos anos.
Ao certo, o quanto mais quente é que o verão de 2017 será é a maior incógnita para o climatologista que acredita que tudo vai depender da intensidade e duração das vagas de calor, acima dos 35 graus, que, mais uma vez, deverão atingir o país, aumentando os perigos para a saúde e os incêndios.
Temperatura máxima 6 graus acima da média em junho
Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), 2015 e 2016 estiveram no top 5 dos anos mais quentes de sempre em Portugal.
Maio de 2017 já foi o terceiro maio com temperaturas mais altas desde que há registos (1931) e "os primeiros 20 dias do mês de junho têm sido caracterizados por valores altos da temperatura máxima, muito superiores ao habitual, em particular a partir do dia 7.
Os maiores destaques vão para 17 e 18 de junho em que foram ultrapassados os máximos de temperatura máxima para este mês, em quase todo o território à exceção do litoral Norte e Centro".
Entre 1 e 20 de junho o valor médio da temperatura máxima do ar em Portugal continental foi de 31,2 graus, mais 5,8 que o normal para esta época do ano, com uma onda de calor que começou a 6 de junho.
A seca continua a agravar-se e 80% do território está em seca meteorológica severa ou extrema.