O diretor do DCIAP estabeleceu a data limite para conclusão do inquérito à Operação Marquês. Defesa de Sócrates volta a acusar Ministério Público de divulgar informação antes de notificar os arguidos.
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"O diretor do DCIAP decidiu fixar o dia 15 de setembro de 2016 como prazo limite necessário para concluir o inquérito" da Operação Marquês, revelou a Procuradoria-Geral da República (PGR) em comunicado.
Segundo a Procuradoria, "além da vasta prova a analisar e relacionar, estão ainda em curso diligências de cooperação judiciária internacional (3 cartas rogatórias)", aguardando-se a devolução dessas cartas e estão "a ser desenvolvidos todos os esforços no sentido de acelerar o respetivo cumprimento, através de cooperação bilateral e das instituições de cooperação europeias".
A PGR acrescenta que o diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal "tem mantido reuniões regulares" com os magistrados e com a polícia para se inteirar sobre as investigações em curso.
Reação da defesa do antigo primeiro-ministro
João Araújo, advogado de José Sócrates, diz que ainda não foi notificado da decisão e promete "reagir detalhadamente mais tarde", quando conhecer os fundamentos do diretor do DCIAP.
O advogado queixa-se novamente do Ministério Púbico (MP) afirmando que voltou a conhecer decisões relativas ao processo através da comunicação social. Ouvido pela TSF, João Araújo garante que "nós não conhecemos essa decisão. Mais uma vez, num descaramento inaudito, o MP notifica os jornalistas antes de notificar os arguidos das decisões que toma e que lhes importam".
Para João Araújo, a situação é "uma absoluta vergonha, é ilegal, é tudo o que queira".
Quanto ao prazo, o dia 15 de setembro, fixado pelo diretor do DCIAP para que seja conhecida uma eventual acusação, o advogado de José Sócrates diz que "seja qual for o prazo que foi fixado, a decisão é ilegal e ridícula".
No dia 11 de março, o diretor do DCIAP, Amadeu Guerra, dizia não ter ainda uma data para concluir a investigação à Operação Marquês.