Luís Cunha Ribeiro, antigo presidente do INEM, foi detido esta manhã sob suspeita de corrupção num caso que envolve a venda de plasma de sangue, confirmou à TSF fonte da Polícia Judiciária.
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) diz que são mais de 30 buscas em Lisboa, no Porto e também na Suíça. Abrangem instituições como o Ministério da Saúde ou o INEM, e escritórios de advogados e casas particulares.
Numa nota enviada às redações, a PGR confirma uma única detenção, sem avançar o nome, mas fonte da Polícia Judiciária já confirmou à TSF que se trata de Luís Cunha Ribeiro, antigo presidente do INEM.
A mesma fonte adiantou que em causa está um prejuízo para o Estado de cerca de 100 milhões de euros, relacionado com o negócio do plasma vendido aos hospitais públicos.
Em Portugal, o plasma sanguíneo dos dadores voluntários não é aproveitado e os hospitais são obrigados por contrato a comprar à Octapharma plasma de dadores estrangeiros desde o ano 2000. Um negócio que vale milhões de euros por ano.
Luís Cunha Ribeiro, que chegou também a ser presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, fez parte do júri do concurso que fechou o contrato com a Octapharma.
A PGR explica que esta "Operação O Negativo" investiga uma posição de monopólio que resultou de um acordo com um responsável com funções importantes, que terá beneficiado a empresa a troco de vantagens económicas. Vantagens que em algumas ocasiões foram ocultadas com a ajuda de terceiros.
As buscas desta manhã foram também confirmadas por fonte oficial do Ministério da Saúde à agência Lusa que garantiu que o ministério está "a colaborar com a justiça".
Fonte da Polícia Judiciária adiantou à TSF que esta operação pode ir mais longe do que o polémico negócio do plasma.