
Júlio Lobo Pimentel/Global Imagens
No sábado a bastonária reconhecia a prática de eutanásia nos hospitais. O Ministério da Saúde e a Ordem dos Médicos já pediram que as declarações de Ana Rita Cavaco sejam averiguadas.
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O Ministério da Saúde pediu à Inspeção-geral das Atividades em Saúde uma intervenção com caráter de urgência na sequência de declarações da bastonária dos Enfermeiros sobre a eutanásia no Serviço Nacional de Saúde.
No sábado, Ana Rita Cavaco dizia que a eutanásia já é de alguma forma praticada a nos hospitais. Em entrevista à Rádio Renascença a bastonária falava de médicos que sugerem essa solução para alguns doentes.
Em comunicado enviado esta segunda-feira, o Ministério da Saúde informa que "considerando as declarações proferidas pela senhora bastonária da Ordem dos Enfermeiros sobre alegadas práticas de eutanásia no Serviço Nacional de Saúde (SNS), o ministro da Saúde solicitou, com caráter de urgência e tendo em vista o cabal esclarecimento dos cidadãos, uma intervenção da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) com vista ao apuramento dos factos".
A Ordem dos Médicos também já reagiu. O bastonário garante que não tem conhecimento de casos de eutanásia no Serviço Nacional de Saúde e acusa a bastonária da Ordem dos Enfermeiros de violar o Código Deontológico.
O bastonário José Manuel Silva considera que as declarações da bastonária da Ordem dos Enfermeiros podem gerar desconfiança sobre os profissionais de saúde.
O bastonário da Ordem dos Médicos classifica mesmo as declarações de Ana Rita Cavaco como "levianas e graves".
José Manuel Silva garante que as declarações da Bastonária vão ter consequências. A Ordem dos Médicos vai apresentar uma participação ao Ministério Público e à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde contra Ana Rita Cavaco.
A Ordem dos Médicos considera que o debate sobre a eutanásia deve continuar para um correto esclarecimento das pessoas. A TSF está a tentar falar com a Bastonária da Ordem dos Enfermeiros mas até agora sem sucesso.