Os estudos iniciaram-se como terapia fotodinâmica para o cancro de pele, onde as agulhas não eram a melhor solução.
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É uma seringa a laser. Ainda não tem a dimensão de uma seringa de bolso, é ainda uma máquina, mas é essa a ambição da Laser Leap, a Start Up da Universidade de Coimbra, de base tecnológica, e que está incubada no IPN (Instituto Pedro Nunes).
Cirurgiões plásticos, dermatologistas e médicos estéticos já testaram este laser que consegue perfurar os poros e colocar o produto na pele do paciente, sem picada, e por isso indolor.
Mas, a intenção da Laser Leap é a de estender esta tecnologia a outras áreas da medicina. Para já, quem experimentou, na área da cosmética, está satisfeito.
"Não sentia absolutamente nada, parece uma massagem, não tem nenhuma dor", conta Paula Cabrita, que foi um dos 50 voluntários que participou no ensaio daquela que poderá ser a seringa do futuro.
Para já, esta seringa a laser, está a ser apenas aplicada à cosmética, mas com ensaios clínicos previstos. Não existir agulhas "é fundamental. Não há nada de agulhas, nem de picadelas, nem de injeções. Nada disso. É como quem põe um creme", explica.
Paula Cabrita foi sujeita a cinco sessões, o suficiente para perceber que "esse laser abre os poros, as células, e faz entrar o produto com mais facilidade".
Da Laser Leap, Gonçalo Sá explica que, já em 2016, vão ser testadas áreas da medicina como a analgesia tópica, que consiste "na injeção que tomamos quando nos tiram um sinal", mas também na dermatite atópica, ou seja, "aquelas lesões que provocam muita comichão nas extremidades como o cotovelo, os joelhos, atrás dos joelhos", indica.
Cirurgiões plásticos, dermatologistas e médicos estéticos já utilizam a técnica, mas a Laser Leap quer mais. "Temos o sonho de constituir um aparelho portátil que caiba na palma da mão para as pessoas poderem utilizar em casa".
O mercado português é limitado, por isso a seringa a laser vai saltar fronteiras... Dos gigantes da dermocosmética já veio o aviso. "Tenham médicos, tenham pacientes, façam tratamento, tenham registos e nós estaremos aqui", diz Gonçalo Sá em relação às empresas do setor da dermocosmética. E, por isso, não fecha portas a novos desafios, sobretudo porque "uma empresa pequenina está sempre à venda".
A Laser Leap foi criada em 2011, mas o projeto da seringa a laser conta apenas com ano e meio de desenvolvimento.