O Supremo Tribunal já lhe deu ordem em contrário, mas ela insiste que está sob alçada de uma "instância" ainda mais alta.
Corpo do artigo
A responsável pela secretaria de um tribunal do Kentucky, nos EUA, teima em não passar licenças de matrimónio a casais homossexuais.
Na segunda-feira, o Supremo não deu provimento á pretensão de Kim Davis que pedia dispensa de o fazer, alegando que o casamento gay vai contra as suas convicções religiosas.
Mas não foi suficiente, e no dia seguinte a funcionária voltou a fazer o mesmo: negou-se a passar as licenças a dois casais do mesmo sexo, dizendo que age debaixo da "autoridade de Deus".
O jornal The Independent conta que esta terça-feira um primeiro casal, duas mulheres acompanhadas por várias equipas de televisão, se dirigiu ao tribunal para obter o documento. Foram atendidas por um subalterno de Davis que lhes disse que nada feito, não conseguiriam o papel.
O casal exigiu falar com a chefe, mas ela manteve-se dentro do gabinete, porta fechada e cortinas corridas.
Depois, veio outro par, desta vez homens, e a cena repetiu-se. Mas, perante a insistência em falarem com Kim Davis, ela acabou por vir ao balcão. Deu-lhes ordem para abandonar as instalações, o casal resistiu, contestou e foi disparando perguntas, entre elas: "Sob que autoridade se recusa a passar as licenças?". Ela não resistiu, e deu a resposta que mete Deus na contenda.
[youtube:x_uZguHsBHE]
Agora, Kim Davis e o restante pessoal da secretaria vão ter de se apresentar em tribunal. Na quinta-feira, um juiz vai explicar-lhe outra vez que a lei, a dos homens, é mesmo para cumprir.
Em junho, Davis já tinha sido alvo de outra queixa e de outra sentença que lhe ordenou que deixasse de recusar a emissão das licenças de matrimónio entre pessoas do mesmo sexo.