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Guaidó pede a António Guterres "cooperação internacional urgente"

epa07314875 United Nations Secretary General Antonio Guterres attends a plenary session at the 49th annual meeting of the World Economic Forum, WEF, in Davos, Switzerland, 24 January 2019. The meeting brings together entrepreneurs, scientists, corporate and political leaders in Davos under the topic 'Globalization 4.0' from 22 - 25 January 2019. EPA/LAURENT GILLIERON EPA

O autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, pediu "cooperação internacional urgente" para a "emergência humanitária" no país, numa carta dirigida ao secretário-geral da ONU.

Numa carta a António Guterres, Juan Guaidó solicita a "ativação dos mecanismos de apoio célere e gestão de crises do sistema das Nações Unidas" e das suas agências associadas.

O presidente da Assembleia Nacional venezuelana, que se autoproclamou Presidente interino, justifica o pedido com a "situação de emergência" no país, onde "milhões de vítimas" "sofrem por não terem acesso à saúde, alimentação, educação e segurança" e onde há uma "violência crónica".

"O nosso país requer a generosa solidariedade internacional para sair da desastrosa situação em que se encontra", escreve Juan Guaidó ao antigo primeiro-ministro português.

A carta é dirigida a António Guterres com conhecimento dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos países com assento no Conselho de Segurança da ONU, dos líderes das várias agências das Nações Unidas, incluindo o diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações, António Vitorino, e dos presidentes da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, do Conselho da Europa, Donald Tusk, e do Parlamento Europeu, Antonio Tajani.

A Venezuela, país onde residem cerca de 300 mil portugueses ou lusodescendentes, enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Juan Guaidó autoproclamou-se, na quarta-feira, Presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.

Nesse dia, e em resposta aos Estados Unidos, que apoiam Guaidó, o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou a rutura das relações diplomáticas com o país, principal importador do petróleo venezuelano.

A Austrália secundou hoje Estados Unidos, Canadá, Israel e vários países europeus e da América Latina (incluindo Brasil, Colômbia e Argentina) que já reconheceram Guaidó como Presidente interino da Venezuela.

A União Europeia deu um prazo de oito dias a Nicolás Maduro para convocar novas eleições, findo o qual reconhece legitimidade a Guaidó e ao parlamento para organização do processo eleitoral.

Maduro, que tem como aliados a Rússia, a China, o Irão e a Turquia, considerou no domingo "uma insolência" o prazo dado pela União Europeia.

O Observatório Venezuelano de Conflitualidade Social anunciou no sábado que pelo menos 29 pessoas foram mortas nessa semana em protestos contra o Governo de Nicolás Maduro.