Europeias 2019

Carles Puigdemont autorizado a candidatar-se às eleições Europeias

epa07496017 Former Catalan leader Carles Puigdemont gives a press conference to present his candidature and Junts per Catalunya list for the European election at the Press Club in Brussels, Belgium, 10 April 2019. EPA/STEPHANIE LECOCQ EPA

Ex-presidente catalão recebeu autorização para ser candidato às eleições ao Parlamento Europeu.

O ex-presidente do governo regional da Catalunha, o independentista Carles Puigdemont, foi, esta segunda-feira, autorizado por dois tribunais de Madrid a candidatar-se às eleições Europeias, apesar de viver na Bélgica fugido à Justiça.

Os tribunais anulam assim uma decisão tomada na semana passada pela Junta Eleitoral Central que estipulava que Carles Puigdemont e dois outros membros separatistas do seu executivo regional fossem excluídos de uma lista às eleições para o Parlamento Europeu que se vão realizar em 26 de maio próximo.

O Tribunal Supremo espanhol decidiu no domingo que cabia aos tribunais do Contencioso-Administrativo de Madrid tomarem a decisão final sobre o recurso apresentado pelos três fugitivos investigados pela sua participação na tentativa de independência da Catalunha em outubro de 2017.

A Justiça espanhola tem emitidos mandados europeus de detenção contra Carles Puigdemont, Antoni Comín e Clara Ponsatí.

A polémica à volta de Puigdemont começou quando o parlamento catalão declarou unilateralmente a independência, em 27 de outubro de 2017, que resultou na suspensão da autonomia catalã por parte do governo espanhol.

Em 30 de outubro desse ano, foram levantadas acusações de rebelião e mau uso de fundos públicos contra Puigdemont e contra outros membros do governo da Catalunha, levando-os a fugir para a Bélgica, sob mandados de captura de autoridades europeias.

Em 21 de dezembro de 2017, nas eleições regionais, Puigdemont foi reeleito para o parlamento catalão, mas foi impedido de tomar posse, mantendo o seu exílio na Bélgica, tendo vindo a ser detido numa autoestrada alemã e depois libertado sob fiança.

Em julho de 2018, o Supremo Tribunal suspendeu Puigdemont do cargo de deputado no parlamento catalão.

Em março deste ano, Puigdemont anunciou que iria candidatar-se ao Parlamento Europeu, como cabeça de lista pelo Juntos Pela Catalunha, acompanhado dos seus antigos colaboradores Antoni Comín e Clara Ponsati.

O ex-vice-presidente desse executivo regional, Oriol Junqueras, que ficou em Espanha e foi detido provisoriamente há um ano e meio, é o principal acusado de um grupo de 12 políticos catalães no julgamento em curso sobre a tentativa de independência da Catalunha.