Alunos vão poder circular entre sete universidades europeias para tirar um curso. Haverá bolsas e facilidades de alojamento, mas falta acertar detalhes e alterar leis mas é o primeiro passo para criar o Espaço Europeu de Educação. Portugal entra para já com três universidades.
Entrar num curso em Lisboa, fazer um semestre em Turim, uma formação em Estocolmo, uma especialização em Helsínquia e um mestrado em Barcelona. Pode vir a ser assim ou até mais viajada ainda a formação universitária de um aluno de qualquer estado membro.
Porto, Aveiro e Lisboa estão entre as 17 universidades europeias que vão abrir caminho a este modelo. O reitor da Universidade de Lisboa tem grandes expectativas para este passo, "estabelecemos parceria com sete instituições com quem já trabalhámos e que envolvem cerca de 200 mil alunos".
O projeto admite o aparecimento de cursos europeus, mas também se podem ir atingindo graus em diferentes universidades mantendo a designação do curso de origem e da universidade de origem.
António Cruz Serra admite que ainda há muitos detalhes a resolver, muita burocracia a ultrapassar e nalguns casos alguma legislação a rever. "Vivemos num país onde rejeitamos alunos com notas muito altas.Vamos ter de ultrapassar os constrangimentos que impedem alunos com notas mais baixas de entrarem nas nossos estabelecimentos, porque só assim é que o projeto funciona, e depois tem que haver justiça."
Um dos grandes desafios é garantir financiamento, provavelmente sob a forma de bolsas de estudo. Cada consórcio de sete universidades vai ter 5 milhões de euros de financiamento comunitário para 3 anos. António Cruz Serra acha que não vai chegar, "provavelmente teremos que ir a verbas do Programa Erasmus". Mas também há o problema do alojamento, para receberem alunos de outros países as universidades terão que assegurar alguma forma de residência. Seja como for, ainda que não em pleno, em Lisboa o projeto arranca dentro de um ano.
O reitor da Universidade de Lisboa acredita que este plano é muito melhor que o Programa Erasmus, "aqui estamos a falar da circulação também de professores e investigadores, estamos a falar de criar universidades capazes de concorrer com as melhores do mundo, nos Estados Unidos ou na China".