Sociedade

"A situação na saúde no Algarve é muito grave"

Miguel Guimarães JOSÉ COELHO/LUSA

Falta de meios humanos e técnicos e sem capacidade para ter profissionais para acudir às carências dos doentes. É o diagnóstico feito pelo Bastonário da Ordem dos Médicos na região.

O bastonário da Ordem dos Médicos considera que os problemas no Cetro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) são muitos e graves.

Depois de uma reunião com os profissionais de saúde no Hospital de Faro, Miguel Guimarães deu o exemplo da pediatria em Portimão que já encerrou a urgência no último fim de semana e que não vai ter escala com médicos em vários dias deste Verão. "Nós próximos fins de semana dificilmente haverá equipas, em Agosto há 10 dias por prencher, não há pessoas e em setembro, em 12 dias" não haverá médicos para prencher a escala de urgência.

Nesse sentido, o bastonário do Médicos garante que vai contactar a ministra da Saúde para lhe propor que, através do colégio de especialidade da Ordem, se tentem contratar pediatras para o Algarve. Mas os problemas noutras especialidades, como ortopedia ou neonatologia, também não estão afastados.

"O Algarve tem nesta altura uma população de um milhão e meio de pessoas e muitas vezes há só um ortopedia" para toda a região. "Um ortopedista não cumpre mínimos nenhuns", alerta Miguel Guimarães. De acordo com o Bastonário da Ordem dos Médicos na base de todos os problemas na Saúde do Algarve está a falta de um novo hospital central, visto que o que existe está sem capacidade para atender tantos doentes.

Esse hospital que, de acordo com um estudo realizado em 2006 era a 2.ª prioridade do Governo, agora nem sequer aparece na lista das construções da próxima década.

No entanto, essa seria uma obra decisiva que, na opinião do bastonário, teria capacidade para dotar o hospital de melhores meios técnicos e assim atrair médicos para a região.